ESPORTES
Troféus do Campinense vão ser leiloados para pagar dívida
Na quarta-feira (1), quatro taças conquistadas serão leiloadas para o pagamento de parte das dívidas do clube com a Justiça do Trabalho.
Publicado em 30/11/2010 às 8:39
Rostand Melo
Do Jornal da Paraíba
O torcedor raposeiro que entrar na sala de troféus do Estádio Renatão em Campina Grande só vai encontrar prateleiras vazias e um clima de nostalgia e desolação. Na quarta-feira (1), quatro taças conquistadas ao longo da gloriosa história do Campinense serão leiloadas para o pagamento de parte das dívidas do clube com a Justiça do Trabalho.
O leilão começa às 8h do auditório do Fórum Irineu Joffily, no bairro da Liberdade, junto com a oferta de vários bens penhorados em processos judiciais.
Os troféus estão avaliados em R$ 4,5 mil e estão inclusos num lote com material esportivo, uniformes e até material de construção. Ao todo, o lote está avaliado em R$ 33,5 mil, mas o interessado poderá arrematar tudo por apenas 30% desse valor.
Todo o valor arrecadado com a venda de todo este lote será destinado ao pagamento da dívida com o jogador Rinaldo Fernandes, num processo que começou em 1993. Mesmo assim, parte a dívida deverá persistir já que os débitos atualizados com Rinaldo chegam a R$ 200 mil.
Estão na lista os troféus relativos à conquista do primeiro e do segundo turno do Campeonato Paraibano de 2002, avaliado cada um em R$ 1,5 mil, além do Troféu comemorativo do clássico Campinense e Treze e um troféu comemorativo ao Campeonato Brasileiro de 2008, que marcou a conquista da vaga para a Série B no ano seguinte. Todo o material foi confiscado na mês de maio deste ano, durante a primeira apreensão feita na sede do clube.
A lista de bens consta no edital do leilão Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região da Paraíba, assinado pelo juiz Cláudio Pedrosa Nunes, supervisor da Central de Mandados Judiciais e Arrematações de Campina Grande. Se não forem arrematados amanhã, um segundo leilão está marcado para o dia 10 de dezembro.
De acordo com o advogado Rodrigo Reul, que desde julho defende voluntariamente o clube, em tese os troféus não poderiam ser penhorados devido ao valor histórico. “Em tese, são bens impenhoráveis. Aqueles troféus não pertencem ao clube, mas pertencem a torcida e ao povo de Campina Grande, fazem parte da história da cidade”, comentou. Mas como essa argumentação não foi apresentada na época da apreensão, não há mais nada o que fazer para evitar a venda. “A solução seria o pagamento total da dívida ou a realização de um novo acordo”, arrematou.
Outros cinco lotes de bens do Campinense também vão à leilão amanhã, todos os lotes destinados ao pagamento da dívida com o lateral Gustavo Ratunde, que atuou no clube durante a Série B em 2009. Entre os bens estão, um aparelho de TV LCD, além de vários móveis, mesas de jogos de sinuca e até mesmo alimentos, material de expediente e higiene pessoal, como sabão em barra e papel higiênico. O valor total dos lotes chega a R$ 10,7 mil reais, mas a dívida com Gustavo Ratunde gira em torno de R$ 170 mil.
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