Em sessão remota, vereador de João Pessoa mostra bíblia e arma ao defender Bolsonaro

Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES 

Em sessão remota, vereador de João Pessoa mostra bíblia e arma ao defender Bolsonaro
Foto: Reprodução TV/CMJP

O vereador de João Pessoa Tarcísio Jardim (Patriota) mostrou uma arma e um bíblia, na sessão remota, hoje (06), da Câmara de João Pessoa. Tarcísio defendia o presidente Jair Bolsonaro, que foi criticado pelo colega Junio Leandro (PDT). Junio chamou o presidente de genocida.

Jardim iniciou a fala afirmando que muitos chamam Bolsonaro de genocida, mas defendem um ladrão (se referindo a Lula). Segundo ele, dizer que Bolsonaro é genocida é colocar nas costas do presidente todos os desleixos que tiveram nos país.

“Governadores não souberam lidar com a pandemia, prefeitos não souberam lidar com a pandemia e essa conta quem paga é o presidente?”, perguntou.

Em um dos momentos da fala, para ilustrar a argumentação, ele pega a bíblia e a arma e falou que os dois são instrumentos de libertação. Jardim estava em casa.

“Me deixa mais uma vez incrível (no sentido de impressionado), vossa excelência, o vereador Junio Leandro, vim criticar o presidente e as pessoas que colocam uma bíblia embaixo do braço de manhã e uma arma na mão à noite” […] A bíblia liberta a alma, salva as pessoas pela palavra de Deus […] a arma é liberdade dos homens.

Na argumentação também disse: “a polícia que você fala que é favor, a Guarda Municipal, usa armas para defender a sociedade. Os direitos são defendidos com armas, através da polícia. Não coloque a culpa no instrumento, mas no sujeito que a manipula”, registrou. Na continuação, afirmou que o único remédio para um homem ruim armado é um homem bom armado.

Tarcísio Jardim é policial civil, vereador de primeiro mandato e está no grupo de “bolsonaristas raiz” do parlamento.

Intimidação 

Junio Leandro criticou a atitude de Jardim. Considerou um absurdo o parlamentar mostrar a arma em plena sessão da Casa. Segundo ele, uma forma de intimidação. Araújo questionou se é seguro ir para uma sessão presencial depois do que ocorreu.

O presidente da Casa, vereador Dinho (Avante) “correu” para esclarecer que Tarcísio Jardim tem porte arma e que não foi uma intimidação ao colega. Disse ainda que não vai permitir arma no plenário porque o regimento da Casa proíbe expressamente.

Veja o vídeo:

Atualizado às 17h30 para corrigir informação: Tarcísio é policial civil e não militar como estava.