COTIDIANO
Caso Ana Sophia: o que é verdade e o que é falso sobre o desaparecimento da menina
Jornal da Paraíba fez uma checagem de todos os fatos relacionados ao caso do desaparecimento da menina Ana Sophia, que sumiu no dia 4 de julho em Bananeiras.
Publicado em 22/09/2023 às 6:35 | Atualizado em 14/11/2023 às 8:47
O caso do desaparecimento da menina Ana Sophia, de 8 anos, que sumiu em 4 de julho de 2023, no distrito de Roma, em Bananeiras, é cercado de mistério. A Polícia Civil busca manter sigilo sobre o caso para preservar a eficácia das investigações e, com isso, vários boatos surgem sobre o assunto. O principal suspeito do desaparecimento da menina, Tiago Fontes, foi encontrado morto em 9 de novembro. O Jornal da Paraíba fez uma checagem para saber o que é verdade e o que é falso sobre o caso.
O crime é tratado como homicídio?
A INFORMAÇÃO NÃO É BEM ASSIM
A Polícia Civil trabalha com várias linhas de investigação. Oficialmente, o caso é tratado como desaparecimento, mas por causa do tempo, a polícia também apura as hipóteses de homicídio e de sequestro, e que o crime pode ter sido feito por alguém próximo.
As buscas foram suspensas?
A INFORMAÇÃO É FALSA
As buscas por Ana Sophia não estão suspensas. O que aconteceu foi a mudança na estratégia destas buscas. Segundo o major Fernando, do Corpo de Bombeiros, informou no dia 14 de julho, ao invés de ampliar as áreas de buscas, a Polícia Civil agora realiza as investigações, e a partir de algum “ponto de interesse”, aciona os bombeiros para fazer a varredura em áreas específicas.
Ana Sophia estaria em Dona Inês?
A INFORMAÇÃO É FALSA
No dia 26 de julho, a Polícia Civil informou que não há nada no inquérito do caso que remeta ao município de Dona Inês como suposto local onde Ana Sophia estaria. A família da menina havia recebido uma mensagem no dia 12 de julho que afirmava que o corpo da menina poderia estar na cidade de Dona Inês. A polícia foi informada sobre esta mensagem, mas disse que a suspeita "não tem embasamento oficial".
Volume de açude foi reduzido nas buscas?
A INFORMAÇÃO É VERDADEIRA
Buscas por Ana Sophia foram feitas pelo menos duas vezes no açude que fica perto do local onde a criança morava. A primeira busca foi feita no dia 6 de julho, dois dias após o desaparecimento, com o auxílio de mergulhadores dos Bombeiros. No dia 9 de julho, uma nova varredura foi feita no açude, desta vez com o uso de uma retroescavadeira, para tentar escoar a água e reduzir o volume do açude. Ambas as buscas foram sem sucesso.
A Polícia Federal integra a investigação?
A INFORMAÇÃO É FALSA
A Polícia Federal não faz parte da investigação do caso Ana Sophia. A força-investigativa que está empenhada nas buscas pela menina e na apuração do caso é composta pelo Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil da Paraíba.
A mãe dela foi levada às pressas para depor?
A INFORMAÇÃO É FALSA
A mãe de Ana Sophia não foi levada às pressas para depor na Delegacia de Bananeiras. No dia 13 de julho, boatos circularam de que a mãe e a irmã da menina foram levadas para prestar depoimentos por ter envolvimento no caso, mas a Polícia Civil informou que esses boatos eram falsos.
Mãe teve DNA coletado?
A INFORMAÇÃO É VERDADEIRA
A mãe de Ana Sophia teve o material genético coletado pelo Instituto de Polícia Científica no dia 15 de agosto. Segundo o delegado Diógenes Fernandes, a coleta de DNA é um procedimento padrão em casos de desaparecimentos, e tem o objetivo de auxiliar na investigação. Com o DNA da mãe coletado, a polícia pode usar o material para confrontar possíveis vestígios que porventura sejam achados.
O marido da professora é investigado?
A INFORMAÇÃO É VERDADEIRA
Inicialmente, a Polícia Civil informou que não considerava Tiago Fontes como investigado. No entanto, pediu prisão temporária do homem, que é marido da vice-diretora do colégio de Ana Sophia. A Justiça decretou a prisão dele no dia 21 de setembro, e agora Tiago é considerado foragido.
Na casa dele, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão. Isso aconteceu no dia 31 de agosto e, além de pertences, a polícia apreendeu o carro do jovem. Tiago estava desaparecido desde o dia 11 de setembro e foi encontrado morto em uma área de mata fechada na zona rural de Bananeiras, em 9 de novembro. Ele sumiu no mesmo dia em que iria prestar um segundo depoimento à polícia, e a defesa dele diz que o desaparecimento pode ter acontecido em um momento de surto.
A casa dele foi alvo de buscas?
A INFORMAÇÃO É VERDADEIRA
A casa de Tiago Fontes e da vice-diretora da escola de Ana Sophia foi alvo de buscas e apreensão no dia 31 de agosto.
O carro dele foi apreendido?
A INFORMAÇÃO É VERDADEIRA
O carro de Tiago Fontes foi um dos itens apreendidos durante as buscas feitas na casa dele, no dia 31 de agosto. Conforme o advogado dele, Marcus Alânio, o veículo seria devolvido pela polícia no dia 11 de setembro, mesma data em que ele desapareceu, porém o jovem não apareceu na hora marcada com o advogado para buscar o veículo.
A Polícia encontrou sangue no carro dele?
NÃO FOI POSSÍVEL CHECAR A INFORMAÇÃO
A Polícia Civil informou no dia 15 de setembro que não divulgou o resultado da perícia feita no carro de Tiago Fontes. Assim, não é possível afirmar que existem ou não vestígios de sangue no veículo.
Tiago foi achado morto?
A INFORMAÇÃO É VERDADEIRA
O corpo encontrado em avançado estado de decomposição em 9 de novembro, na zona rural de Bananeiras, no Brejo da Paraíba, é de Tiago Fontes, suspeito do desaparecimento da menina Ana Sophia, afirma a Polícia Civil.
Tiago Fontes, o único suspeito do desaparecimento da menina Ana Sophia, no distrito de Roma, em Bananeiras, estava foragido da Justiça e estava desaparecido desde o dia 11 de setembro, quando saiu de casa e foi visto andando pelas ruas da cidade de Solânea, município vizinho a Bananeiras, onde suspeito e vítima moravam.
A informação de que o corpo encontrado numa área de mata fechada no sítio Camará de Baixo foi confirmada por fontes da Polícia Civil à TV Cabo Branco.
O corpo de Tiago Fontes foi encontrado junto de uma garrafa de bebida alcóolica e uma cama feita com capim, numa área de mata fechada, por trabalhadores rurais, em avançado estado de decomposição.
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