SES quer restabelecer serviço

Falta de Alvará da Vigilância Sanitária impediu realização de procedimentos no HSVP; previsão é que serviço volte a funcionar próximo ano.

A assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde do Estado (SES) informou que a Paraíba realizou, apenas nos oito meses deste ano, 36 transplantes de rins. A chefe de ações estratégicas da Central de Transplantes da Paraíba, Myriam Carneiro de França, informou que as cirurgias em João Pessoa foram interrompidas porque o Hospital São Vicente de Paula, único a realizar o procedimento na capital, não possuía alvará de licença da Vigilância Sanitária, fato que deixou a equipe de transplantes do hospital indisponível a realizar o procedimento por seis meses.

De acordo com Myriam Carneiro, várias ações já foram traçadas para restabelecer o serviço na capital, mas a previsão é que a equipe só volte a realizar o procedimento no início do ano que vem. “Fizemos o recredenciamento da equipe de transplante de rins de João Pessoa, que estava sem autorização. Estamos trabalhando em um convênio entre o Hospital São Vicente de Paula e a Secretaria de Saúde, que vai acelerar a análise dos pacientes que estão na lista de espera, mas a equipe está indisponível a realizar os transplantes durante seis meses”, comentou.

A conscientização da população e as campanhas educativas, segundo a chefe de ações estratégicas, é outro ponto forte investido pela SES. “Os transplantes de rins nunca deixaram de ser feitos, mesmo que o paciente tenha que ser encaminhado para Campina Grande. Só há doação quando existem doadores, e ainda encontramos muita resistência por parte dos familiares.

Estamos fazendo campanhas massivas, alertando sobre a importância da doação”, explicou Myriam Carneiro.

O procurador do município de João Pessoa, Wandalberto Carvalho, disse que a prefeitura vai cumprir a decisão judicial, apesar da medida ainda caber recurso. “Vamos notificar a Secretaria de Saúde para verificar as responsabilidades do município nesse caso, porque a orientação do prefeito é que se cumpra todas as ações judiciais relativas à vida e à saúde. Agora, como essa sentença é contra os três entes da federação (União, Estado e Município), quem cumprir já estará contemplando a sentença”, declarou.

Através da assessoria de imprensa, o Ministério da Saúde disse que o papel do governo federal é custear as despesas relativas aos transplantes e que esses pagamentos não foram interrompidos. Cabe aos Estados e municípios, no entanto, a função de realizar as demais atribuições para a execução desses procedimentos.