Berg Lima tenta renunciar ao cargo de prefeito de Bayeux, mas Câmara não recebe pedido

Por causa da pandemia, presidente da Câmara afirmou que o expediente está ocorrendo entre 8h e 13h.

(Foto: Zuíla Davi/TV Cabo Branco)
Berg Lima tenta renunciar ao cargo de prefeito de Bayeux, mas Câmara não recebe pedido
Berg Lima tenta renunciar ao cargo de prefeito de Bayeux, mas Câmara não recebe pedido. (Foto: Zuíla Davi/TV Cabo Branco)

O prefeito afastado de Bayeux, Berg Lima (PL), tentou colocar um fim em suas tentativas de retornar o comando político da cidade, mas não conseguiu. Nesta segunda-feira (13), ele foi até o prédio da Câmara Municipal para entregar o seu pedido de renúncia, mas não conseguiu protocolar o documento, por causa do horário de expediente da casa legislativa.

De acordo com o presidente interino da Câmara, vereador Inaldo Andrade (Republicanos), o pedido de Berg não poderia ser protocolado, pois o secretário legislativo não estava mais em horário de expediente e, por isso, não se encontrava mais no prédio (veja o vídeo abaixo). Por causa da pandemia, segundo Inaldo, o funcionamento está sendo apenas entre 8h e 13h. O prefeito afastado deve tentar entregar a carta novamente nesta terça-feira (14)

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou o retorno de Berg ao cargo de prefeito, sendo este mais um capítulo de um dilema vivido desde 2017.

A sua decisão em renunciar vem após dois afastamentos. No final de 2018, ele voltou após um ano e meio fora do cargo. Em julho de 2017, o primeiro afastamento aconteceu por causa da sua prisão em flagrante, durante uma operação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco/MPPB). Berg foi flagrado recebendo R$ 3,5 mil de um empresário que atuava como fornecedor da prefeitura de Bayeux.

O valor foi uma exigência para que o empresário pudesse receber o crédito de R$ 77 mil, referente a um contrato celebrado na gestão anterior. Berg foi solto em novembro do ano passado, mas continuou fora da prefeitura, em função de medidas cautelares impostas pela Justiça.

O segundo afastamento aconteceu no último dia 20 de maio, por decisão do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB). Na ocasião, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) acusou Berg de ter cometido 128 crimes de responsabilidade e pede a sua condenação a 1.536 anos de prisão.

De acordo com o procurador do Ministério Público da Paraíba, Alcides Jansen, Berg se apropriou de salários pagos a servidores fantasmas. Por isso, cada salário pago é um crime diferente e por isso, o procurador pediu que Berg fosse denunciado 128 vezes no crime.

Desde este último afastamento de Berg, o vereador Jefferson Kita, que é presidente da Câmara Municipal, assumiu o cargo de prefeito interinamente.