POLÍTICA
Berg Lima tenta renunciar ao cargo de prefeito de Bayeux, mas Câmara não recebe pedido
Por causa da pandemia, presidente da Câmara afirmou que o expediente está ocorrendo entre 8h e 13h.
Publicado em 13/07/2020 às 18:00 | Atualizado em 14/07/2020 às 8:25
O prefeito afastado de Bayeux, Berg Lima (PL), tentou colocar um fim em suas tentativas de retornar o comando político da cidade, mas não conseguiu. Nesta segunda-feira (13), ele foi até o prédio da Câmara Municipal para entregar o seu pedido de renúncia, mas não conseguiu protocolar o documento, por causa do horário de expediente da casa legislativa.
De acordo com o presidente interino da Câmara, vereador Inaldo Andrade (Republicanos), o pedido de Berg não poderia ser protocolado, pois o secretário legislativo não estava mais em horário de expediente e, por isso, não se encontrava mais no prédio (veja o vídeo abaixo). Por causa da pandemia, segundo Inaldo, o funcionamento está sendo apenas entre 8h e 13h. O prefeito afastado deve tentar entregar a carta novamente nesta terça-feira (14)
Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou o retorno de Berg ao cargo de prefeito, sendo este mais um capítulo de um dilema vivido desde 2017.
A sua decisão em renunciar vem após dois afastamentos. No final de 2018, ele voltou após um ano e meio fora do cargo. Em julho de 2017, o primeiro afastamento aconteceu por causa da sua prisão em flagrante, durante uma operação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco/MPPB). Berg foi flagrado recebendo R$ 3,5 mil de um empresário que atuava como fornecedor da prefeitura de Bayeux.
O valor foi uma exigência para que o empresário pudesse receber o crédito de R$ 77 mil, referente a um contrato celebrado na gestão anterior. Berg foi solto em novembro do ano passado, mas continuou fora da prefeitura, em função de medidas cautelares impostas pela Justiça.
O segundo afastamento aconteceu no último dia 20 de maio, por decisão do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB). Na ocasião, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) acusou Berg de ter cometido 128 crimes de responsabilidade e pede a sua condenação a 1.536 anos de prisão.
De acordo com o procurador do Ministério Público da Paraíba, Alcides Jansen, Berg se apropriou de salários pagos a servidores fantasmas. Por isso, cada salário pago é um crime diferente e por isso, o procurador pediu que Berg fosse denunciado 128 vezes no crime.
Desde este último afastamento de Berg, o vereador Jefferson Kita, que é presidente da Câmara Municipal, assumiu o cargo de prefeito interinamente.
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