POLÍTICA
Após impeachment, partidos focam nas eleições municipais
Faltando pouco para início do período das convenções, articulações vão se intensificar na PB com definição de alianças e chapas majoritárias e proporcionais.
Publicado em 15/05/2016 às 7:00
Encerrada a primeira fase do processo de impeachment com o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), a ascensão do presidente interino Michel Temer (PMDB) e a posse dos novos ministros, os partidos voltam às atenções para as eleições municipais. A pouco mais de dois meses para o início do período das convenções, as articulações vão se intensificar na Paraíba com vistas à definição das alianças e chapas majoritárias e proporcionais. Todavia, o quadro nacional mudou e partidos, antes adversários, estão aliados, a exemplo do próprio PMDB com PSDB, PSB, PSD, DEM e PTB.
Em Campina Grande, o prefeito e pré-candidato à reeleição, Romero Rodrigues (PSDB), trabalha nos bastidores e evita falar em campanha e debater com os demais pré-candidatos, a exemplo dos deputados Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) e Adriano Galdino (PSB). "Só vamos discutir sobre a sucessão, no segundo semestre. A prioridade agora é administrativa", destacou o tucano.
No entanto, Romero ressalta que uma aliança entre tucanos e peemedebistas "vai variar de município a município", alegando que não existe uma regra pré-estabelecida". Segundo o gestor campinense, "havendo harmonia e concordância não há nenhuma impossibilidade nos municípios brasileiros de união do PSDB com o PMDB. Evidentemente, tem que ter o ambiente favorável e a aliança vai se definir em cada cidade brasileira. Fazer uma regra em Brasília e impor para o interior do Brasil é discutível", assinalou o tucano, que não abre mão de disputar um novo mandato.
Para Veneziano, a coalizão nacional não vai interferir nas eleições municipais. Ele descarta aliança com o PSDB. "Estou mais firme do que nunca como pré-candidato a prefeito, fortalecendo a nossa aliança e projetando o plano de governo”, avisa o pré-candidato do PMDB.
Por sua vez, o prefeitável Adriano Galdino acredita que a conjuntura nacional vai "interferir" positivamente na sua postulação porque o PSB paraibano se posicionou contra o impeachment de Dilma. Ele disse que trabalha para atrair os apoios do PCdoB e PT, além dos partidos da base do governador Ricardo Coutinho.
Se na Rainha da Borborema o PSDB tem candidato próprio, na capital João Pessoa, o tucanato decidiu abrir mão da cabeça de chapa. Está discutindo se apoia a reeleição do prefeito Luciano Cartaxo (PSD) ou a postulação do deputado e prefeiturável Manoel Júnior (PMDB). Na próxima segunda-feira, o presidente estadual do PSDB, Ruy Carneiro, se reúne com o senador tucano Cássio Cunha Lima para discutir a política de aliança. Para Ruy, a aliança nacional não tem vínculo direto com a questão partidária nos municípios. Já o PSB tenta consolidar a candidatura de Cida Ramos à prefeita.
Os vereadores do PSDB defendem o apoio a Cartaxo, visto que estão na base do prefeito. Além disso, eles temem que a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o deputado Manoel Júnior possa atingir em cheio a postulação do peemedebista.
Veja o cenário da sucessão nas principais cidades
Em João Pessoa, a disputa será entre o prefeito Luciano Cartaxo (PSD), candidato à reeleição, a secretária Cida Ramos (PSB) e o deputado Manoel Júnior (PMDB). Ainda no páreo o deputado Wilson Filho (PTB), Charliton Machado (PT) e um postulante do PSOL.
Em Campina Grande, o PSDB quer assegurar a reeleição do prefeito Romero Rodrigues, que deve enfrentar nas urnas os deputados Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), Adriano Galdino (PSB), e Daniella Ribeiro (PP), além de Artur Bolinha (PPS) , Walter Brito Neto (PEN) e nome do PSOL (Celso Batista ou Davi Lobão).
Em Santa Rita, os partidos brigam pela cadeira do prefeito Netinho de Várzea Nova (PR). São eles: deputado Zé Paulo (PSB), Emerson Panta (PSDB) e Aurian Lima (PMDB). Ainda correm por fora o ex-deputado Flaviano Quinto (PSC) e Adonis Júnior (PP).
Em Bayeux, com mais de 80 mil eleitores, a disputa será acirrada. O prefeito Expedito Pereira (PSB) vai enfrentar em 2 de outubro o atual vice-prefeito, Francisco Richard Nixon (PSDB), Léo Micena (PMDB), Berg Lima (PTN) e Carlos Sousa (PTdoB).
Em Patos, o PMDB quer manter o comando do Poder Executivo com a reeleição da prefeita Francisca Motta. A oposição terá os prefeitáveis Lenildo Morais (PT), atual vice, o deputado Dinaldo Filho (PSDB) e Silvano Morais (PSOL).
Em Sousa, o prefeito André Gadelha (PMDB) busca a reeleição com o apoio do PSDB. O peemedebista vai enfrentar na “Terra dos Dinossauros” urnas este ano o ex-prefeito Fábio Tyrone (PSB) e o empresário Zenildo Oliveira (PSD).
Em Cajazeiras, o PSB vai tentar garantir mais quatro anos de mandato para a prefeita Denise Albuquerque. A oposição está dividida entre candidaturas do deputado José Aldemir (PP), o ex-deputado Vituriano de Abreu (PMDB) e Antônio Gobira (PSOL).
Em Cabedelo, o prefeito Leto Viana (PRP) quer a reeleição. Da oposição, são pré-candidatos o presidente da Câmara, Lucas Santino (PMDB ), o ex-vice-prefeito Bergson Marques (PTC), a ex-primeira-dama Neide Regis (PDT) e os vereadores Fernando Sobrinho (DEM) e José Eudes (Pros).
Em Guarabira, o eleitorado deve escolher o próximo gestor da lista tríplice apresentada pelos três maiores partidos do Estado: o atual prefeito Zenóbio Toscano (PSDB, a ex-prefeita Fátima Paulino (PMDB) e o ex-vice-prefeito Josa da Padaria (PSB).
Em Sapé, o prefeito Roberto Feliciano (PSB) disputará a reeleição. A oposição botou o bloco na rua com vários pré-candidatos ao Poder Executivo: João da Utilar (PSDB), Juscelino do Peixe (PMDB), Josivaldo da Caixa (PRB) e Maria Luiza (PDT).
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