POLÍTICA
Após prisão na Operação Andaime, prefeita cancela licitações
Cláudia Dias, presa na terceira fase da operação, disse que objetivo é fazer uma administração nova.
Publicado em 07/04/2016 às 10:53
Investigada pela Operação Andaime, a prefeita de Monte Horebe, Cláudia Dias (PSB), baixou decreto cancelando todas as licitações do município. Em outro ato ela cancelou o contrato que a prefeitura tinha com a empresa Lorena e Adria, que é mencionada em irregularidades pelo Ministério Público Estadual. A gestora determinou o bloqueio e a suspensão de todo e qualquer pagamento em favor dessa empresa.
Os atos foram publicados no Diário Oficial dos municípios desta quinta-feira (7). O promotor de Justiça, Octávio Paulo Neto, que coordena o Gaeco, não quis fazer comentários sobre as medidas tomadas pela prefeita. "Não quero fazer nenhum juízo de valor para não ser injusto, mas nós iremos fechar as investigações", afirmou.
Cláudia Dias alega que tomou as medidas no intuito de fazer uma administração nova, com participação ativa e efetiva dos órgãos de controle na fiscalização do município. Ela determinou a expedição de ofício ao Ministério Público (Federal e Estadual) para que acompanhe a realização de todo e qualquer processo de licitação, "fazendo fiscalização in loco, com o fim de verificar a lisura e correção dos mesmos".
A prefeita de Monte Horebe foi presa na terceira fase da Operação Andaime, deflagrada dia 18 de fevereiro. Ela é investigada por fraude em licitação e desvio de dinheiro público e foi uma das 16 pessoas denunciadas pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB). Antes ela tinha sido afastada do cargo por decisão do Tribunal de Justiça, quando da realização da Operação Monte Sinai. Nos dois casos a gestora conseguiu derrubar as decisões no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A primeira etapa da Andaime aconteceu no dia 26 de junho de 2015 e cumpriu três mandados de prisão preventiva, sete de prisão temporária, quatro de condução coercitiva, 18 de busca e apreensão e 15 medidas de sequestro de bens. Durante a operação, também foram apreendidos dinheiro, armas, celulares e veículos. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Controladoria Geral da União (CGU) e Polícia Federal, a organização criminosa desarticulada era especializada em fraudar licitações em 16 prefeituras sertanejas.
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