POLÍTICA
Cartaxo diz que obras em andamento não serão afetadas pela crise
Cidade tem 60 obras em andamento; expectativa da Prefeitura é que as mais expressivas sejam entregues no próximo ano.
Publicado em 29/03/2015 às 8:00
Em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA, o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT) faz um balanço das obras que estão em andamento na cidade e afirma que estas não serão afetadas pela crise econômica deste ano. Ele afirma que a educação infantil é uma das prioridades de sua gestão. “Já ampliamos de seis mil para 10 mil o número de vagas em creches no nosso município”. Cerca de 60 obras estão em andamento e a expectativa é que as mais expressivas, a exemplo da revitalização do Parque Solón de Lucena e do bairro São José, sejam entregues no próximo ano.
JORNAL DA PARAÍBA - No início deste mês foi publicado Decreto para reduzir as despesas da Prefeitura. A medida também afeta o andamento das obras?
Luciano Cartaxo - O processo é inverso. Nossa ideia com o contingenciamento e com o Decreto, efetivamente colocado em praticado, é preservar questões fundamentais. Temos hoje em João Pessoa entre 50 e 60 obras em andamento que não sofrerão nenhum processo de paralisação em função desse momento de crise que passa o país. Estamos priorizando que os recursos cheguem e sejam destinados ao andamento natural destas obras. Outra questão fundamental do Decreto é manter funcionamento dos serviços da Prefeitura na área da educação, principalmente, e mobilidade urbana e ainda ter um investimento maior na zeladoria da cidade.
Quais as áreas priorizadas com obras este ano pela Prefeitura?
Cartaxo - Nosso foco é trabalhar por toda João Pessoa. Fazer tudo que precisa ser feito e também aquilo que nunca tinha sido feito antes na nossa cidade. Nossa lógica é levar obras para os 64 bairros da cidade, como já estamos fazendo, com creches, pavimentação, construção de Unidades de Saúde, praças. Vamos cuidar destas obras que tem um papel importante na vida das pessoas. Paralelo a isso, estamos cuidando da nossa origem, da nossa história, que está inserida no Centro Histórico. Estamos cuidando da Lagoa, o que vai transformar o Centro da cidade, entregamos a praça da Pedra e a Casa Pólvora e nós próximos 10 dias vamos entregar a reforma da praça João Pessoa.
Com estão as obras para construção de Centro de Referência em Educação Infantil?
Cartaxo - A educação infantil é uma prioridade. Nós já entregamos sete novos Creis (Centro de Referência em Educação Infantil) e vamos sequenciar, até janeiro, com a entrega de uma creche a cada mês. Já ampliamos de seis mil para 10 mil vagas o número de vagas nos Creis. Existia uma demanda reprimida muito forte na cidade, então nós resolvemos apostar na educação infantil, que é a base da educação de um modo geral. A creche cumpre dois papéis fundamentais, o primeiro é assegurar que a criança chegue mais cedo a sala de aula e garantir à mãe a oportunidade de buscar o mercado de trabalho.
Em em relação às escolas em tempo integral?
Cartaxo - Já iniciamos a construção de cinco escolas em tempo integral este ano. São escolas que vão garantir que o adolescente chegue pela manhã e saia no final da tarde. Todas já são preparadas para ser em tempo integral. O projeto leva em consideração toda área de lazer, de convivência para prática de esportes, cultura, para que estas crianças tenham a oportunidade de passar o dia na escola não apenas estudando mas desempenhando outras atividades esportivas e culturais, principalmente. Em julho devemos iniciar as obras de mais uma escola e entregar todas no primeiro semestre início do próximo ano.
O que a população pode esperar no quesito obras para saúde este ano?
Cartaxo - Estamos construindo uma UPA no bairro de Cruz das Armas, que já está 50% da obra praticamente pronta. Estamos fazendo uma verdadeira reestruturação da atenção básica de saúde do nosso município. Entregamos em dois anos de governo, 11 novas Unidades de Saúde da Família, todas reformas, ampliadas e equipadas. Construímos três novas unidades de saúde e temos ainda seis em construção e 10 sendo reformadas. Praticamente metade dos pacientes da nossa rede hospitalar vem de outros municípios e até de outros estados vizinhos, então o desafio da saúde é muito grande.
João Pessoa ainda sofre com o déficit habitacional. Quantas unidades habitacionais o senhor espera entregar até o fim do próximo ano para reduzir esse déficit?
Cartaxo - O mais importante pra gente agora é estabelecer esse novo conceito habitacional na cidade. A habitação simboliza o zelo que a Prefeitura Municipal de João Pessoa tem com as pessoas, com as famílias. Já entregamos 2.698 moradias, temos até junho para entregar mais 480, que é a segunda etapa do conjunto Vieira Diniz, e temos mais 6.700 em construção na cidade. Estamos fazendo uma política pública bem definida, onde além de entregar as moradias a gente leva a pavimentação, saúde, educação, esporte.
Uma grande obra de sua gestão é a revitalização do Parque Solón de Lucena. Quando a obra será concluída?
Cartaxo - Eu diria que há 100 anos a Lagoa espera por um tratamento adequado e valorizado. A Lagoa passou esse tempo todo relegada a segundo plano em nossa cidade, com intervenções que nunca resolveram em definitivo o problema. Nós estamos tendo a oportunidade de proporcionar o tratamento que a Lagoa merece e tivemos a coragem de enfrentar o problema. Estamos vencendo a primeira etapa. Retiramos da Lagoa 280 toneladas de sedimentação e sujeira, estamos agora na construção do túnel para que a gente possa garantir que a água da Lagoa seja levada até o rio Sanhauá. Queremos até setembro terminar tudo isso, quando a gente inicia, mais ou menos nesse período, as obras do projeto paisagístico, que é fazer da Lagoa uma grande área de lazer. É um processo até mais simples, que queremos entregar a Lagoa no início do próximo ano, como um grande parque.
No próximo ano ocorrem as eleições e consequentemente o calendário eleitoral vai estabelecer um prazo para que os candidatos inaugurem obras. Isso altera o cronograma de entregas estabelecido pela prefeitura e pode também acelerar o andamento das obras no município?
Cartaxo - Nós temos um planejamento que foi iniciado em 2013, ano que eu aproveitei para preparar projetos, buscar recursos, garantir investimentos e eleger prioridades. No final de 2013 a gente entregou aproximadamente 20 obras sendo entregues na cidade, em 2014 evoluímos para a entrega de mais obras, chegando a cerca de 30 obras, tudo isso em função desse planejamento. Este ano, que é o terceiro de governo, sem dúvida alguma é o ano onde a gente vai fazer a entrega de uma grande quantidade de obras na cidade. Mesmo em um ano de crise, nós estamos mantendo o ritmo forte de trabalho e de entrega de obras na cidade. Esse é o nosso caminho e nós temos certeza que estamos no rumo certo porque as coisas estão sendo feitas de forma organizada e planejada na cidade.
No próximo ano então a prefeitura deve entregar grandes obras?
Cartaxo - Em 2016 nós vamos entregar a Lagoa, a calçadinha da orla de João Pessoa e a gente termina também a primeira etapa do bairro São José, que é um grande desafio que nós elegemos como prioridade no nosso governo. Já retiramos do bairro São José mais de 200 mil que moravam às margens do rio. Também em 2016 a gente entrega moradias, pavimentação de diversas ruas, a obra da Beira Rio (avenida), a gente entrega os casarões do Centro Histórico. Nós temos muita coisa sendo preparada para o ano que vem.
As obras para contenção da erosão da falésia do Cabo Branco podem ser iniciadas ainda neste semestre?
Cartaxo - As obras só devem começar efetivamente no segundo semestre, porque ainda aguardamos a liberação da Sudema para iniciarmos o processo licitatório. É outro grande desafio. Durante décadas houve muito debate sobre o que fazer em relação a barreira do Cabo Branco e até agora a gente não tinha uma ação concreta e a busca por uma solução. A primeira etapa envolve dois anos de obras e contempla a construção de dois quebra mares a trezentos metros da barreira, um engorda na praia, além de uma proteção a base da barreira. Estamos calculando um investimento de R$12 milhões. Essa primeira etapa já resolve boa parte dos problemas da barreira.
A revitalização do bairro São José gerou uma 'queda de braço' entre os moradores do bairro e a prefeitura. O projeto atual atende as necessidades da população?
Cartaxo - Nós estamos conciliando a capacidade de ouvir e dialogar, com a disposição para o trabalho. Quando você soma tudo isso, o resultado aparece mais rápido. Um exemplo é o bairro São José. Fizemos uma reunião em pleno bairro, conversando com a população, mostrando o projeto e aceitando sugestões. Retiramos, sem nenhum atrito, 200 famílias das margens do rio, e hoje nós temos um projeto que está sendo sequenciado e vai melhorar a vida das pessoas. Assim que a gente construir as primeiras 400 moradias, elas vão voltar a morar no bairro São José.
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