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CONVERSA POLÍTICA

Mapeamento genético que prevê risco de câncer de mama poderá ser feito pelo governo da Paraíba

A proposta de ação preventiva foi aprovada, por unanimidade, na Assembleia Legislativa e seguiu para sanção ou veto do governador. A testagem não está na cobertura do SUS.

Publicado em 19/09/2021 às 10:34


                                        
                                            Mapeamento genético que prevê risco de câncer de mama poderá ser feito pelo governo da Paraíba

				
					Mapeamento genético que prevê risco de câncer de mama poderá ser feito pelo governo da Paraíba
Mapeamento genético prevê câncer de mama. Ilustração: Divulgação.

O mapeamento genético feito em mulheres para detectar elevado risco de desenvolver câncer de mama poderá ser feito pela rede pública de saúde da Paraíba. O projeto que dispõe sobre a ação preventiva foi aprovado, por unanimidade, na Assembleia Legislativa, esta semana, e seguiu para sanção ou veto do govenador João Azevêdo (Cidadania). A iniciativa é da deputada Cida Ramos (PSB).

Esse é aquele tipo de projeto que, se vetado pelo governo, com alegação de inconstitucionalidade, o veto será derrubado ou o Executivo será pressionado a "dar" a constitucionalidade necessária para que a iniciativa, extremamente importante, não fique pelo meio do caminho.

De acordo com o texto, a rede pública de saúde do estado da Paraíba deverá ofertar a todos os recursos necessários à disponibilização do teste genético que identifica a mutação no gene BRCA às mulheres que forem classificadas em laudo médico com alto risco de desenvolver câncer de mama.

De acordo com a parlamentar, em recente debate no Senado Federal, médicos, pacientes e representantes da sociedade civil defenderam o uso de testes genéticos para o diagnóstico e o tratamento de câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Com os dados em mão, será possível promover campanhas educacionais para o esclarecimento da população sobre a importância da detecção precoce da doença, registrou a parlamentar.

O projeto afirma que Poder Executivo propiciará as condições necessárias para que os laboratórios existentes na sua rede hospitalar se tornem credenciados para a realização da coleta do material. Editará os atos que se fizerem necessários para a fiel execução da lei e as despesas com a execução correrão por conta das dotações orçamentárias específicas que serão definidas na Lei Orçamentária Anual - LOA.

Sistema Único de Saúde

De acordo com a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), atualmente, a testagem genética para e prevenção do câncer não está cobertura em  nosso Sistema Único de Saúde (SUS).

“Oferecer o acesso ao aconselhamento genético é, comprovadamente, reduzir o risco de desenvolvimento da doença e oferecer melhor taxa de sobrevida para mulheres que possuem histórico de câncer de mama e ovário. Os benefícios são ainda mais evidentes quando o teste é estendido aos membros da família", afirmou a presidente da Femama, Dra. Maira Caleffi.

Os testes genéticos são indicados para todas as pessoas? 

De acordo com Femama, baseado em dados da Oncoguia e Hospital Albert Einstein, nem todo mundo precisa realizar uma avaliação genética. O exame é indicado para pacientes que já tiveram algum tipo de câncer ou que possuem um histórico de câncer na família. O teste identifica qual é o distúrbio no código genético da pessoa, para que então possa avaliar se outros familiares herdaram a mesma mutação. De um modo geral, os principais grupos que precisam realizar os testes genéticos são:

  • Pessoas com câncer de mama

  • Pessoas com múltiplos focos primários de câncer de mama ipsilateral ou contralateral;

  • Mulheres com câncer de ovário;

  • Homens com câncer de próstata;

  • Pessoas com ancestralidade judaica ashkenazi;

  • Pessoas com câncer de pâncreas associado ao câncer de mama;

  • Pessoas que possuem familiares com a mutação BRCA1 ou BRCA2 conhecida;

  • Pessoas com múltiplos casos de câncer na família

Imagem ilustrativa da imagem Mapeamento genético que prevê risco de câncer de mama poderá ser feito pelo governo da Paraíba

Angélica Nunes Laerte Cerqueira

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