CONVERSA POLÍTICA
Especialista aponta riscos com 'engorda' da faixa de areia em praias de João Pessoa
Obra pode causar a perda da qualidade da água e dos recifes costeiros, que geram emprego e renda.
Publicado em 09/11/2021 às 11:18
A possibilidade de engorda da faixa de areia em quatro praias de João Pessoa tem causado preocupação na comunidade acadêmica e ambientalistas. Inspirado em Balneário Camboriú (SC), a prefeitura de João Pessoa planeja alargar quatro praias: Seixas (na área da falésia), Cabo Branco, Manaíra e Bessa (na região do Clube dos Médicos).
O professor de ecologia da UFPB, George Cavalcanti de Miranda, em entrevista exclusiva às TVs Cabo Branco e Paraíba, na manhã desta terça-feira (9), destacou os riscos para a vida marinha e para o turismo na capital, já que a perda de sedimento pode causar um problema associado como a perda da qualidade da água e dos recifes costeiros que são geradores de emprego e renda.
Segundo George Cavalcanti, em 2011, a prefeitura fez um estudo bem completo acerca das alternativas tecnológicas para a erosão da falésia e na época essa foi completamente descartada.
"É importante que a prefeitura resgate esse estudo. Não se pode imaginar que o que foi feito em Santa Catarina pode ser feito aqui porque temos outra dinâmica de costa, pelo menos em alguns pontos o aprisionamento desses sedimentos não é tão simples e em alguns pontos não é possível", pontuou.
Outra preocupação que não pode ser descartada, pontua o especialista, diz respeito à transferência do processo erosivo para locais mais a norte, como na antiga Praça de Iemanjá até a rotatória do Cabo Branco. "Recentemente o povo pessoense percebeu que com o enrocamento feito fora das especificações que o estudo havia indicado levou ao processo erosivo no processos a norte, no início do Cabo Branco", disse.
Gestão
O secretário de Planejamento de João Pessoa, José William, que também concedeu entrevista exclusiva ao Bom Dia Paraíba, admitiu que as preocupações do especialista são pertinentes e que também são preocupação da atual gestão, mas que o trabalho só será executado após estudos consistentes para evitar risco a vida marinha e à barreira.
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