Secretário diz que parceria com UFPB vai evitar danos ambientais na 'engorda' das praias

O secretário de Planejamento de João Pessoa, José Willian Montenegro, assegurou que a prefeitura vai executar o projeto de alargamento de faixas de areia na capital balizado por estudos técnicos e não de forma 'atabalhoada'. Especialistas manifestam preocupação com possíveis impactos que a obra pode causar na vida marinha e comprometer os recifes costeiros, que impulsionam o turismo, gerando emprego e renda na capital.

Inspirado em Balneário Camboriú (SC), a prefeitura de João Pessoa planeja alargar quatro praias: Seixas (na área da falésia), Cabo Branco, Manaíra e Bessa (na região do Clube dos Médicos).

Em entrevista exclusiva às TVs Cabo Branco e Paraíba, na manhã desta terça-feira (9), ele admitiu que as preocupações do especialista são pertinentes e que também são preocupação da atual gestão, mas que o projeto só será executado após estudos consistentes para evitar risco a vida marinha e à barreira do Cabo Branco.

O trabalho, segundo o secretário, será realizado através de um convênio firmado entre a prefeitura e a UFPB no último dia 29 de outubro, com a possibilidade de parceria com universidades da Europa, que detém conhecimento técnico sobre o assunto.

Calçadinha

O professor de ecologia da UFPB, George Cavalcanti de Miranda, que também concedeu entrevista exclusiva ao Bom Dia Paraíba, além de questionar os riscos da execução da obra, também falou dos danos ambientais da atual obra de contenção da barreira causou na calçadinha entre a antiga Praça de Iemanjá e a rotatória do Cabo Branco.

O secretário também comentou sobre o problema, que está interditado pela Defesa Civil desde julho deste ano. "Neste momento o que observamos é que aquele enrocamento não foi concluído e a parte de erosão que está chegando na calçadinha de Cabo Branco é exatamente pela ausência dele. Não vou entrar no mérito se aquela solução é ideia ou não, mas o ataque que a calçadinha vem sofrendo agora é justamente pela falta do enrocamento", explicou.

De ação imediata, o secretário informou que ainda em novembro serão retomadas as obras de contenção da erosão que está atingindo a calçadinha.

"Infelizmente não foi feito porque a licitação para uma obra desse tipo foi burocrática. Em novembro iremos iniciar a obra de contenção emergencial para que a gente busque a melhor solução para aquele trecho", adiantou.