Deputada bolsonarista usa ‘caso de Lucena’ para pedir suspensão da vacinação infantil

Deputada do PSL de São Paulo enviou ofício ao ministro Marcelo Queiroga que ontem (17) esteve no município e tratou o caso como ‘erro vacinal’.

Foto: Gustavo Sales/Câmara dos Deputados
Deputada bolsonarista usa 'caso de Lucena' para pedir suspensão da vacinação infantil
Foto: Gustavo Sales/Câmara dos Deputados

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) resolveu usar o caso de Lucena, já tratado como isolado pelas autoridades sanitárias, para tentar interromper a campanha de vacinação contra Covid-19 de crianças e adolescentes em todo o país. O pedido foi enviado pela bolsonarista ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e ao diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, nesta terça-feira (18).

Uma cópia do ofício com os pedidos a Queiroga e Barra Torres foi enviada também ao secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, e para a Secretaria municipal de Saúde de Lucena, onde veio à tona relatos de que 49 crianças tomaram doses Pfizer contra Covid-19 destinadas adultos.

O Ministério Público Federal (MPF), que abriu investigação para apurar quem foram os responsáveis pelo erro vacinal, também foi comunicada do pedido de Zambelli.

No documento, Carla Zambelli (PSL-SP) afirmar que “conforme informações amplamente divulgadas no último domingo (16 de janeiro de 202), dezenas de crianças estão sofrendo reações adversas em decorrência do recebimento de doses de imunizante contra o agente patológico causador da doença do coronavírus”, em decorrência da aplicação equivocada da versão da vacina da Pfizer destinada a adultos.

Para a deputada, a ocorrência dos casos em questão demonstra a ineficácia de eventual plano destinado a coordenar a imunização de crianças em território brasileiro, o que coloca em risco a sua integridade física.

O próprio ministro Marcelo Queiroga esteve no município na última segunda-feira (17) para acompanhar a situação das famílias envolvidas no escândalo. Disse que esteve no local a pedido direito do presidente Bolsonaro e tratou o caso como ‘erro vacinal’.

O médico paraibano também reforçou que as vacinas contra a Covid-19 para as crianças de 5 a 11 anos são seguras porque são numa dosagem menor, sem relatos de adversos. Na ocasião, ele defendeu que o ocorrido não interferisse no plano de vacinação.