Autoridades prometem diálogo, mas só isso, após reunião para discutir avanço da Covid-19 na Paraíba

Por ANGÉLICA NUNES

O governador João Azevedo saiu da reunião por vídeo conferência com o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, e autoridade de outros Poderes (Judiciário, Legislativo, TCE e Ministérios Públicos Federal, Estadual e do Trabalho), na tarde deste domingo (7), sem uma definição concreta sobre que medidas restritivas devem ser tomadas na Paraíba para conter os números de mortos e contaminados pela covid-19, que só crescem.

Do encontro, apenas a promessa de manter o diálogo para a edição de um novo decreto com medidas restritivas, com base no novo cenário da última avaliação do Plano Novo Normal, que colocou 211 municípios na bandeira laranja e oito na bandeira vermelha, alguns deles dependente diretos do suporte de saúde de Campina Grande. Ele já entra em vigor amanhã (8).

Foi esta avaliação que acendeu um alerta, principalmente sobre Campina Grande, que até então estava classificada em melhor situação. É com base na situação anterior que Bruno tem se apegado para evitar fechar setores na cidade.

O governador, no entanto, vem insistido em manter aberto apenas os serviços essenciais para o enfrentamento da pandemia. Os gestores tentam encontrar uma saída menos restritiva, que não desagrade alguns setores nem comprometa a economia.

Pior momento

O secretário da Saúde, Geraldo Medeiros, destacou que a Paraíba vive a exposição do cenário de maior gravidade da pandemia desde o início. "Mostrando às autoridades constituídas que 400 regulações de pacientes portadores de COVID-19 ocorreram nos primeiros 7 dias de março, revelando alta propagação viral e mostramos a necessidade de medidas mais restritivas para evitar o colapso da nossa rede hospitalar em curto espaço de tempo, apesar de termos ampliado o número de leitos", comentou.

Na Grande João Pessoa e na Grande Campina Grande já temos maior número de leitos do que em maio e junho no pico da pandemia, reforça Geraldo Medeiros. "Além disso, reforçamos a importância dos municípios seguirem o Decreto Estadual e a regulação de leitos ser coordenada pela Central Estadual de Regulação. Já existe uma deliberação CIB (COMISSÃO INTERGESTORES BIPARTITE) de 21 de maio de 2020 concedendo a regulação de leitos de Campina Grande ao Estado", pontua.

O presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (PSB) é um dos que pensa em um imponderável equilíbrio diante do iminente colapso da saúde no estado. "Reunimo-nos, os três poderes, nesta tarde, para tratar da situação difícil que vive nosso estado. Nossa prioridade é em favor das vidas, mas sempre respeitando a situação econômica de cada cidade. Tomaremos sim uma decisão em prol de nosso povo e da nossa gente", publicou no Twitter.