CONVERSA POLÍTICA
Opinião: Bolsonaro deve ficar inelegível porque é um ditador disfarçado de democrata
Não faltam discursos oficiais e informais, comportamento e ações, isolados ou em conjunto que, inevitavelmente, levam juristas a essa conclusão.
Publicado em 19/06/2023 às 10:36 | Atualizado em 19/06/2023 às 12:15
O ex-presidente Bolsonaro precisa ficar inelegível porque é um ditador 'disfarçado' de democrata. Ele foi e é uma ameaça real ao país e, por pouco, não coloca em prática seu plano de instalar uma autocracia brasileira.
Não faltam discursos oficiais e informais, comportamento e ações, isolados ou em conjunto que, inevitavelmente, levam juristas a essa conclusão.
Isso, se você não estiver envolto a uma bolha bolsonarista, que faz piruetas narrativas para criar um Bolsonaro vítima de um sistema jurídico e parlamentar comunista com objetivo de derrubar "o enviado".
Vivemos o plano de instalação de uma autocracia de direita, com base religiosa, fanática, e sustentada por notícias falsas para criar inimigos, cenários de conspiração e de um salvador, que mata e morre, em nome da pátria, contra um suposto inimigo vermelho, representado por partidos de esquerda.
Por pouco, ele, 'os ajudantes' de ordem, coronéis, os seguidores cegos apaixonados e os militares políticos não destroem o nosso desigual sistema democrático. Muito melhor do que qualquer regime ditatorial.
Tudo em nome de um 'Deus' que se arma e propaga ódio, uma pátria familiar e um conservadorismo de fachada.
Esta semana, o TSE julga a denúncia de abuso de poder político durante reunião promovida pelo ex-presidente com embaixadores.
O encontro, no ano da eleição, foi 'detonar' o sistema eleitoral brasileiro e plantar “no mundo” a ideia de que no Brasil as eleições são fraudadas. Nunca apresentou provas.
É uma acusação objetiva do PDT, na qual o partido lembra que Bolsonaro usou toda a estrutura do governo, ilegalmente, para propagar a mentira e fortalacer a narrativa de fraude, caso conseguisse condição de dar um golpe de estado.
Essa ação será o crime concreto para levá-lo a perder os poderes políticos por, pelo menos, 8 anos.
Até lá, serão muitos recursos, permeados por uma dúvida: manter o plano de fortalecimento da figura do mito injustiçado ou fortalecer um outro nome para repassar 'poder eleitoral'?
Bolsonaro espera a inelegibilidade porque sabe que poderia (pode) ser pior. Uma revisão rápida da história dos fatos recentes fica claro o objetivo de tomar o poder: uma minuta, um roteiro de golpe, a omissão militar na frente dos quarteis do país.
Faltou pouco: um clima, um espaço, um enfraquecimento momentâneo das instituições.
A julgamento será dia 22, quinta-feira. A favor, Bolsonaro deve ter o voto do ministro Nunes Marques. Contra o ex-presidente, uma ação com um crime de abuso de poder e as próprias atitudes e fala antidemocráticas durante todo o governo.
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