CONVERSA POLÍTICA
Calvário: Ricardo e mais 12 viram réus por esquema de propina na Cruz Vermelha
Ação foi proposta pelo Gaeco do Ministério Público da Paraíba, em setembro do ano passado. O MP pede a devolução do R$ 50 milhões, perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo.
Publicado em 25/04/2022 às 13:37 | Atualizado em 25/04/2022 às 14:45
O ex-governador Ricardo Coutinho (PT) e outras 12 pessoas, entre elas os ex-secretários Livânia Farias, Cláudia Veras e Waldson Sousa, viraram réus em mais uma ação proposta pelo Ministério Público da Paraíba, em decorrência da Operação Calvário.
A denúncia, apresentada em setembro do ano passado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), foi recebida nesta segunda-feira (25) pelo juiz Eslu Eloy Filho, da 7ª Vara Criminal de João Pessoa.
Detalhe é que, assim como em outros processos que envolvem à Calvário, o magistrado aceitou analisar o caso após dois pedidos de suspeição dos juízes José Márcio Rocha Galdino e Geraldo Emílio Porto.
Além de Ricardo Coutinho e dos ex-secretários, também figuram como réus, nesta ação, o ex-diretor da Cruz Vermelha, Daniel Gomes; Karla Michele Vitorino Maia, Leandro Azevedo e Saulo de Avelar Esteves, ex-auxiliares do governo; e Ricardo Elias Restum Antonio, Milton Pacífico José de Araújo, Saulo Pereira Fernandes, Keydison Samuel de Sousa Santiago e Michelle Louzada Cardoso.
Na decisão, o juiz Eslu Eloy Filho arquivou o trecho que tratava-se sobre a ex-secretária de Saúde da Paraíba, Roberta Abath, por entender que os dados colhidos durante a investigação mostram que Abath não aceitava o que era ofertado pelos outros acusados.
Os acusados têm dez dias para que possam apresentar defesa à denúncia protocolada pelo Ministério Público. O Conversa Política entrou em contato com a defesa de Ricardo Coutinho e aguarda retorno.
Operação Calvário
O foco desta ação é supostas fraudes na execução do contrato do governo do estado, por meio do Hospital de Trauma da Capital, com a Cruz Vermelha, que administrou a unidade de 2011 a 2019.
Na denúncia, o MP relata os repasses feitos pela Organização Social ao “Núcleo Agentes Públicos” do estado, em forma de propina: R$ 300 mil mensais, durante 60 meses, no total de R$ 18 milhões.
Mas, segundo os investigadores, o prejuízo com as transferências ilegais de recursos e outros desvios chegou a quase R$ 50 milhões, de 2012 a 2017.
As acusações são baseadas em delações premiadas, entre elas de Daniel Gomes, Leandro Nunes e Livânia Farias, gravações de conversas e documentos apreendidos e apresentados por investigados.
Entre os crimes imputados aos denunciados estão corrupção passiva, ativa, peculato, crime de licitação. O MP pede a devolução do R$ 50 milhões, perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo.
Comentários