CONVERSA POLÍTICA
Candidatos que vão ao 2º turno na Paraíba fizeram campanha sem apoio de Lula ou Bolsonaro
O governador João Azevêdo (PSB), candidato à reeleição, e Pedro Cunha Lima (PSDB) desbancaram os dois candidatos oficiais dos concorrentes à presidência.
Publicado em 03/10/2022 às 9:18 | Atualizado em 03/10/2022 às 9:54
Apesar da polarização Lula e Bolsonaro, os dois candidatos a governo da Paraíba que vão ao segundo turno 'chegaram lá' sem o apoio oficial dos presidenciáveis. O governador João Azevêdo (PSB), candidato à reeleição, e Pedro Cunha Lima (PSDB), inclusive, desbancaram os dois candidatos oficiais dos concorrentes à presidência: Nilvan Ferreira (PL), apoiado por Bolsonaro, e Veneziano (MDB), por Lula.
No caso de João Azevêdo, na pré-campanha, principalmente quando ainda não havia definido que o vice seria Lucas Ribeiro (PP), o socialista tentou emplacar apoio de Lula ao seu projeto de reeleição. João contava com o gesto do petista porque o vice, Geraldo Alckimn (PSB), era do mesmo partido que o seu.
Acabou perdendo o posto de candidato de Lula na Paraíba para Veneziano (PT), que colocou a petista Maísa Cartaxo (PT) na chapa como vice e o ex-governador Ricardo Coutinho (PT), histórico aliado de Lula, como candidato ao Senado.
Já no início da campanha, João ainda tentou vincular sua imagem a Lula. Foi provocado judicialmente por Veneziano e acabou conquistando o direito de usar a imagem do petista, por decisão da juíza Francilucy Rejane, do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), mas acabou não usufruindo do direito. Ao contrário, sumiu com Lula da sua propaganda eleitoral. A estratégia era conquistar votos de eleitores de outros presidenciáveis, inclusive bolsonaristas.
Tucano foi de MDB
Já Pedro Cunha Lima fez a campanha do primeiro turno correndo do debate nacional. Sempre que interpelado sobre quem apoiaria na disputa presidencial fugia da polarização Lula e Bolsonaro e acabou anunciando apoio formal a Simone Tebet (MDB), que tem a tucana Mara Gabrilli (PSDB) como vice.
Apesar disso, recebeu Ciro Gomes (PDT) quando o candidato esteve em Campina Grande. Também flertou com o eleitor bolsonarista, ao se aproximar do discurso conservador em temas como ideologia nas escolas (apesar de não falar em gênero), fechamento de igrejas e contra a carga tributária para o empresariado.
Segundo turno
Fato é que, no segundo turno, uma nova eleição se redesenha. Zera o jogo. Novas composições se formam. João e Pedro vão trazer a polarização nacional para a disputa estadual? Sem Veneziano no páreo, o caminho fica livre para a dobradinha João e Lula na Paraíba. No caso de Pedro, a tendência natural é que o eleitorado conservador, que votou em Nilvan migre para o tucano e isso acabe forçando que ele assuma posição.
Na Paraíba, Lula obteve 64,21%, o que corresponde a 1.554.868 votos. Já Bolsonaro, conquistou 29,62% (717.416 votos). Um cenário bem diferente da disputa nacional, em que Lula e Bolsonaro tiveram porcentagens bem aproximadas. Lula teve 48,43% (57.257.473 votos) e Bolsonaro 43,20% (51.071.106 votos).
Comentários