CONVERSA POLÍTICA
Eleições 2022: oposição na Paraíba é um corpo cambaleante sem cabeça
Com possível retirada de pré-candidatura de Romero, lideranças parecem ter dificuldade para encontrar outra opção.
Publicado em 27/10/2021 às 9:53 | Atualizado em 27/10/2021 às 10:18
A oposição, como analogia, era uma espécie de corpo cambaleante com uma cabeça: a do ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD). Ontem (26), depois da reunião do psdebista com os tucanos, em Brasília, a cabeça foi ao chão. O corpo, agora, cambaleia sem cabeça.
Romero parece que não confiou que encontraria sustentação do grupo dele, nem dos mais próximos, como os tucanos, para se firmar e ir fortalecido para a tão sonhada disputa ao governo do estado em 2022.
Adiou mais uma vez o projeto. Neste momento, deve ter pesado o medo de ficar sem nada (mandato) numa eventual derrota.
O movimento de partidários, como o deputado estadual Manoel Ludgério (PSD), sentindo a falta de vitamina do ex-prefeito para uma disputa, alertou para possibilidades mais seguras: uma candidatura a deputado federal ou, com uma boa articulação, ser o vice do governador João Azevêdo (Cidadania). A segunda opção, hoje, ganha força.
O governador não garantiu nada. Mas, quando o grupo sinaliza que Romero, conhecido pela moderação, é bem-vindo, as portas de uma segurança política parecem se abrir.
Azevêdo, nesse momento, sai vitorioso. Seu principal adversário se rendeu por motivos pessoais e conjunturais. Seu governo, com todos os defeitos apontados, não tem, a menos de um ano da eleição, uma oposição forte e articulada. Não tem um nome para unir um grupo forte e disposto, com militância, a dar sangue por uma vitória.
Mas alguma liderança política, em algum momento, precisa ocupar esse espaço. Precisa colocar a cabeça nesse corpo, convocar aliados para dar firmeza a um projeto consistente. O governador deseja que essa reação seja lenta o suficiente para não dar tempo ganhar força.
Façam suas apostas. Quem será essa cabeça? Na lista, temos: Pedro Cunha Lima (PSDB), com o discurso mais forte de oposição até agora. Tem grupo, mas iria para o risco, deixando a candidatura de federal para o pai, Cássio Cunha Lima? No pior dos cenários, se consagra, estadualmente, como a nova liderança da oposição.
Veneziano Vital (MDB), que ainda é da base, mas com o privilégio de perder e voltar ao Senado.
Luciano Cartaxo, ex-prefeito de João Pessoa, sem um grupo forte, que precisa dar um passo certo para também não ficar mais quatro anos sem mandato.
À direita extrema, com uma remota possibilidade, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. E, por fim, talvez Nilvan Ferreira (PTB) para fortalecer um discurso conservador.
Se continuar assim, João entra na disputa reeleito.
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