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CONVERSA POLÍTICA

Mata Atlântica em João Pessoa: em oito anos, área equivalente a 274 campos de futebol foi devastada

São 295 hectares, entre 2012 e 2018, mas o número pode ser ainda maior. É que em 2019, a devastação atingiu 28 hectares; em 2020, 16 hectares. Os dados foram apresentados pela professora Andréa Leandra Porto Sales, do departamento de Geociências da UFPB, em entrevista à CBN João Pessoa.

Publicado em 02/06/2022 às 11:08 | Atualizado em 02/06/2022 às 12:43


                                        
                                            Mata Atlântica em João Pessoa: em oito anos, área equivalente a 274 campos de futebol foi devastada

Entre 2012 e 2018, uma área de Mata Atlântica equivalente a 274 "campos de futebol" foi devastada em João Pessoa. Cerca de 53,1% de ZPA - Zona de Proteção Ambiental. São, no total, 295 hectares. O número pode ser ainda maior. É que em 2019, a devastação atingiu mais 28 hectares; e, em 2020, 16 hectares.

Os dados foram apresentados pela professora Andréa Leandra Porto Sales, do departamento de Geociências da UFPB, em entrevista à CBN João Pessoa.

Na pesquisa, foram usados dados espaciais e socioambientais utilizados e correlacionados em técnicas de análise espacial para construção de mapas que permitiram delinear a realidade da expansão urbana.

As geoestatísticas foram elaboradas a partir de dados derivados do projeto Global Forest Change, dados do IBGE, do Plano Diretor Municipal e Ministério do Meio Ambiente, em um sistema de informação georreferenciado", explicaram os pesquisadores Andréa Leandra, Letícia Palazzi Perez, José A. R. da Silveira, em artigo científico publicado recentemente.

De acordo com Andréa Leandra, a destruição é resultado de um processo de urbanização desordenado, com leis ambientais sendo rasgadas e com a exclusão, e não inclusão da natureza no planejamento da cidade. No caso dos anos de 2019 e 2020, não há definição de quanto estava em área de preservação.

"O que se percebe é que, atravessando governos, há um descompasso entre o planejamento e a gestão. Trata-se de uma agenda mercadológica e desrregulacionista, caracterizada pela incompreensão da natureza e seus ciclos, que se apropria dela para levantar financiamentos e “planejar projetos” de interesses especiais e escusos", afirmaram os pesquisadores. E continuaram:

O urbanismo insustentável, escancarado em mapas, é fruto da pretensa “gestão democrática da cidade”, que cresce e se espraia em função do lucro e dos muros. Com anuência do poder público pelo descumprimento da legislação, seja ela urbana ou ambiental, o crescimento da estrutura urbana do município de João Pessoa avança sobre resquícios importantes de Mata Atlântica", criticaram.

Ela destacou que "é lenda" a informação de que João Pessoa é a segunda cidade mais verde do mundo. Segundo Andréa Leandra, estamos em um momento importante para discutir isso. "Estamos construindo o Plano Diretor, a principal lei. Se a população não se engajar, somente grupos pequenos e com interesses próprios "definem o que vai acontecer", afirmou.


				
					Mata Atlântica em João Pessoa: em oito anos, área equivalente a 274 campos de futebol foi devastada
Professores da UFPB Alexandre Sabino e Andréa Porto Sales, após entrevista à CBN João Pessoa.

Tragédias urbanas e ambientais 

A entrevista, na Semana Mundial do Meio Ambiente, também teve a participação do professor de Geografia da UFPB e pesquisador do Observatório das Metrópolis Alexandre Sabino. Ele falou sobre as tragédias urbanas, que estão ligadas às questões ambientais e sociais.

Segundo ele, as mortes provocadas por desmoronamento de terra, enchentes não são meras fatalidades, tem a ver com a negação aos direitos básicos, como moradia digna. "As pessoas são obrigadas a morar em locais de risco, por várias razões", afirmou.

Ele reclamou da diminuição da participação popular nos conselhos de que debatem as cidades. "Os críticos são retirados", afirmou. Ele lembrou que incluir as pessoas das comunidades afetadas, ou que vão sofrer intervenção, é fundamental para tornar a implementação de ações e políticas públicas mais eficientes.

Na entrevista, os pesquisadores também falam sobre a construção de espigões e geração de gases de efeito estufa em João Pessoa, que tem como principal vilão os transportes coletivo e individual.

A entrevista completa concedida a Carla Visani e Laerte Cerqueira você ouve abaixo ou no link

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					Mata Atlântica em João Pessoa: em oito anos, área equivalente a 274 campos de futebol foi devastada

				
					Mata Atlântica em João Pessoa: em oito anos, área equivalente a 274 campos de futebol foi devastada

				
					Mata Atlântica em João Pessoa: em oito anos, área equivalente a 274 campos de futebol foi devastada

Texto atualizado às 12h40 com informações sobre área de ZPA, 53,1%.

Imagem ilustrativa da imagem Mata Atlântica em João Pessoa: em oito anos, área equivalente a 274 campos de futebol foi devastada

Angélica Nunes Laerte Cerqueira

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