icon search
icon search
home icon Home > política > conversa política
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

CONVERSA POLÍTICA

Lentidão do governo federal faz empresas se articularem para comprar "própria" vacina

Publicado em 07/04/2021 às 18:14 | Atualizado em 30/08/2021 às 19:02

Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES 


				
					Lentidão do governo federal faz empresas se articularem para comprar "própria" vacina
Foto: Ilustrativa.

Se o governo federal tivesse sido rápido na compra e aquisição das vacinas, as empresas não estariam "loucas" buscando maneiras para negociar os próprios imunizantes.

Já ganham decisões favoráveis na Justiça, fazem lobby no Congresso para mudar a lei que prioriza regras do Plano Nacional de Imunização, com vacinas compradas pela União.

Na verdade, os grandes empresários já perceberam que o governo, em um curto ou médio prazos, não vai realizar uma vacinação significativa para colocar a economia para andar. O jeito é dar um drible e adiantar o processo.

Mas, por enquanto, têm obstáculos. O primeiro é conseguir comprar vacinas em meio à escassez. Além disso, empresas com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária só vendem para governos. Não estão vendendo para iniciativa privada.

Segundo obstáculo: para comprar vacinas que não foram autorizadas pela Anvisa, somente por agências reguladoras de outros países, será preciso mudar a lei atual. Vale lembrar que isso está acontecendo no Congresso.

Hoje (07), deputados federais iniciaram essa mudança. Mas o texto precisa passar pelo Senado.

>>>> Câmara conclui votação de projeto que permite a empresa comprar vacina para funcionário

Entre as alterações, foi aprovado o ponto que desobriga as empresas doarem 100% da compra para o SUS, enquanto os grupos prioritários não forem imunizados.

Permite que 50% sejam usadas pela própria empresa e os outros 50% sejam para o sistema público.

O novo projeto também autoriza a compra da vacinas que não foram autorizadas pela Anvisa, mas por agências reguladoras de outros países.

Ponto que, se passar, vai desmoralizar a Agência e o discurso do próprio governo, que demorou para aprovar vacinas porque esperava aval do órgão.

Camarote e pipoca

Se as empresas conseguirem atingir o objetivo, podem avançar na imunização do país. "É uma soma de forças", dizem alguns. Esse é o argumento principal de quem defende a ação das empresas.

O problema é que, com escassez do produto, pode criar uma espécie de camarote, onde a vacina chega para quem tem emprego formal, quem está vinculado a uma empresa. Do outro lado, o grupão da pipoca: aquelas pessoas que são informais, que não têm o privilégio de estar numa empresa.

O modelo atual prevê o equilíbrio e o parâmetro mais próximo da equidade é a vacinação de grupos prioritários, independentemente de dinheiro, classe social ou emprego.

Nesse modelo, as empresas só entrariam de maneira mais intensa depois que 70% da população estivesse vacinada.

Nesse momento, permitir que empresas grandes vacinem os "seus" em detrimento da uma massa de informais, que têm como único fornecedor o poder público, é fortalecer os privilégios. É desequilibrar o processo. A intenção pode ser boa, mas...

No fundo está todo mundo preocupado com a lentidão da imunização e querem um processo mais veloz. Mas, o mais justo e democrático, nesse momento, é cobrar do governo federal ampliação rápida, ágil do PNI.

As empresas podem se preparar, podem entrar na Justiça, faz parte da luta e dos dribles. Mas, a sociedade não pode, mais um vez,  render-se à incompetência governamental, permitindo que o poder financeiro e econômico sejam determinantes na hora de escolher quem deve ser imunizado e quem deve ficar por mais tempo desprotegido.

Imagem ilustrativa da imagem Lentidão do governo federal faz empresas se articularem para comprar "própria" vacina

Angélica Nunes Laerte Cerqueira

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp