CONVERSA POLÍTICA
Líderes mundiais alertam para risco à democracia e 'insurreição' no Brasil no 7 de setembro
Em carta, deixam claro que a comunidade internacional não irá tolerar qualquer ruptura democrática.
Publicado em 06/09/2021 às 9:01
Uma carta aberta assinada por líderes, ex-presidentes, parlamentares e personalidades de mais de 25 países de todo o mundo deixa claro que a comunidade internacional não irá tolerar qualquer ruptura democrática.
O documento afirma que os atos planejados para amanhã, 7 de setembro, organizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ameaçam a democracia e representam uma "insurreição" no Brasil.
"Nós, representantes eleitos e líderes de todo o mundo, estamos soando o alarme: em 7 de setembro de 2021, uma insurreição colocará em risco a democracia no Brasil", disseram.
A carta é assinada por nomes como o ex-chefe de governo espanhol José Luis Rodriguez Zapatero, o ex-presidente da Colômbia, Ernesto Samper, além Noam Chomsky, o vencedor do prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, e políticos europeus como o grego Yanis Varoufakis, o britânico Jeremy Corbyn e o francês Jean Luc Melanchon. Congressistas americanos também fazem parte dos signatários, além de deputados suíços, alemães e mesmo da Nova Zelândia.
Estamos seriamente preocupados com a ameaça iminente às instituições democráticas do Brasil - e estamos vigilantes para defendê-las antes e depois de 7 de setembro. O povo brasileiro tem lutado por décadas para proteger a Democracia de um regime militar. Bolsonaro não deve ter permissão para roubá-la agora, diz o texto.
Nos últimos dias, entidades estrangeiras já indicaram que estavam preocupadas com os atos do 7 de setembro e que temiam que a data agravasse a tensão política no país.
Haverá um monitoramento por parte da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, enquanto organismos estrangeiros também se mobilizam para acompanhar a situação.
Golpe na terceira democracia do mundo
O texto alerta que "Bolsonaro e seus aliados - incluindo grupos supremacistas, policiais militares e funcionários públicos, em todos os níveis do governo - estão preparando uma marcha nacional contra a Suprema Corte e o Congresso em 7 de setembro, alimentando temores de um golpe na terceira maior democracia do mundo".
A carta lembra que o presidente Bolsonaro intensificou seus ataques às instituições democráticas do Brasil nas últimas semanas. "Em 10 de agosto, ele dirigiu um desfile militar sem precedentes pela capital, Brasília, enquanto seus aliados no Congresso promoviam reformas radicais no sistema eleitoral do país, considerado um dos mais confiáveis do mundo", registrou a carta.
>>>Em Caruaru, Bolsonaro defende “enquadrar” ministros do STF
Com informações de Jamil Chade/UOL
Comentários