CONVERSA POLÍTICA
Na "bolha", Queiroga diz ser contra uso obrigatório de máscara e contraria evidências científicas
Publicado em 19/08/2021 às 11:08 | Atualizado em 22/06/2023 às 14:07
Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou a obrigatoriedade do uso de máscaras no Brasil. Queiroga disse que deveria ser um ato de conscientização da população.
As declarações contrariam evidências científicas e foram dadas nesta quarta-feira ao canal bolsonarista "Terça Livre", investigado pela CPI da Covid, por propagação de notícias falsas.
Queiroga resolveu acenar para o presidente de maneira direta e agradar a audiência formada, majoritariamente, por admiradores de Bolsonaro.
"Somos contra essa obrigatoriedade. O Brasil tem muitas leis e as pessoas, infelizmente, não observam. O uso de máscaras tem de ser um ato de conscientização. O beneficio é de todos e o compromisso é de cada um”, afirmou o ministro, na entrevista.
Mas vale lembrar que Queiroga, em várias entrevistas, inclusive aqui na Paraíba falou que a máscara é uma das medidas não-farmacológicas mais importantes na pandemia. Tão eficiente quanto a vacina, disse ele.
>>Queiroga lança campanha para incentivar o uso de máscara e primeiro desafio é fazer o presidente adotar o acessório
Em depoimento à CPI, Queiroga havia defendido a obrigatoriedade:
"No Ministério da Saúde, primeira atitude minha como ministro, senador Humberto Costa, foi editar uma portaria obrigando o uso de máscaras no Ministério da Saúde, porque nós julgamos isso importante. (...) Também colocamos já no ar uma campanha publicitária muito forte, essa campanha não só acerca da vacina, mas também acerca das chamadas medidas não farmacológicas", declarou (8 de junho).
Multas
O presidente Jair Bolsonaro chegou a anunciar, em junho, que a pasta desobrigaria a utilização da proteção facial para pessoas vacinadas ou que já se contaminaram. No mesmo dia, Queiroga recuou e disse que a questão era estudada pelo órgão. Dois meses depois, a ação ainda não teve desfecho.
Estados como como São Paulo, Rio Grande do Norte e Maranhão já autuaram o presidente Jair Bolsonaro por não usar máscaras em eventos públicos.
Ministros e deputados federais do círculo bolsonarista também já receberam a penalidade.
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