CONVERSA POLÍTICA
Advogado diz que pedido de prisão motivou silêncio de Padre Egídio em depoimento no Gaeco
Ele é suspeito de comandar esquema de desvio de recursos públicos e privados no Hospital Padre Zé, em João Pessoa, onde foi diretor.
Publicado em 01/11/2023 às 11:30
O advogado Sheyner Asfora confirmou ao Conversa Política que o padre Egídio ficou em silêncio em depoimento que estava marcado para acontecer no Gaeco, na manhã desta quarta-feira (01). O religioso chegou a ir ao prédio da instituição.
Ele é suspeito de comandar esquema de desvio de recursos públicos e privados no Hospital Padre Zé, em João Pessoa, onde foi diretor.
Segundo Asfora, o pedido de prisão do MPPB e indeferimento da Justiça, na última segunda (30) e publicizados ontem (31), trazem elementos novos e, por isso, a defesa quer saber o teor dos documentos. O processo corre em segredo de Justiça.
"Queremos saber quais os elementos novos que estão no pedido", afirmou Asfora.
Pedido
O juiz da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, José Guedes Cavalcanti Neto, foi o responsável por assinar o indeferimento do pedido prisão preventiva.
Entre os alvos estavam o padre e ex-diretor Egídio de Carvalho Neto, a ex-tesoureira da instituição Amanda Duarte, e a ex-diretora administrativa Jannyne Dantas. Os três foram alvos recentes de busca e apreensão durante a primeira fase da Operação Indignus.
De acordo com o blog Pleno Poder, após a análise do material apreendido na primeira fase os investigadores identificaram mais indícios da prática de desvios e de confusão entre o patrimônio das entidades e de investigados. Há também suspeitas de pagamento de propina e de compra de bens por parte do Hospital, que teriam sido repassados a terceiros.
A investigação descobriu, por exemplo, que o ex-diretor padre Egídio teria recebido mais de R$ 4,4 milhões em transferências de contas das instituições para suas contas pessoas, no período de 2021 a 2023; assim como cerca de R$ 3 milhões em pagamentos em espécie e outras transferências.
Após as buscas, o Gaeco identificou ainda que nos celulares apreendidos alguns alvos teriam combinado mudanças de aparelhos e senhas, indícios de que poderiam estar tentando apagar rastros e/ou dificultar o andamento das investigações.
Apesar das suspeitas, na decisão, o magistrado considerou não existirem fundamentos para decretação das prisões preventivas.
Um levantamento feito pelo Blog Conversa Política, do Jornal da Paraíba, mostra que somente nos últimos 5 anos foram R$ 290 milhões em emendas e programas direcionados ao hospital e também ao trabalho de assistência social desenvolvido.
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