CONVERSA POLÍTICA
VÍDEO: veja como é a granja, no Conde, alvo da operação que investiga desvios no Hospital Padre Zé
As imagens feitas quando os investigadores faziam a busca e apreensão mostram como a granja Santo Antônio é bem cuidada, estruturada e decorada.
Publicado em 05/10/2023 às 11:50
Um dos onze endereços alvos da Operação Indignus, deflagrada, nesta quinta-feira (05), para investigar desvios de recursos públicos e doações ao Hospital Padre Zé, em João Pessoa, foi uma granja atribuída ao Padre Egídio, no Conde, Litoral Sul.
O religioso é alvo da ação e teve outros imóveis de luxo ligados a ele visitados no Cabo Branco e no Bessa.
As imagens foram feitas quando os investigadores faziam a busca e apreensão mostram como a granja Santo Antônio é bem cuidada, estruturada e decorada. Na porta, por exemplo, há vários jarros de barro decorativos.
A granja está entre as noves propriedades e imóveis listados em uma denúncia anômia feita ao Ministério Público e que virou Notícia de Fato.
Após a denúncia anônima, a operação foi realizada. Nela, há detalhes sobre os imóveis que podem ter sido comprados, reformados e equipados com materiais caros.
O dinheiro, segundo o denunciante, que apresentou alguns documentos, teria vindo de doações e repasses de recursos públicos para a manutenção e trabalho social do Hospital Padre Zé.
Sobre a granja, especificamente, o denunciante afirmou que o dinheiro do hospital foi usado para reforma, "compra de alimentação para para animais, materiais de insumo, compra de artigos, arte de luxo, tvs e utensilios de excelente qualidade".
Abaixo, a lista de imóveis, alvos da Operação, que também estão na denúncia:
- Granja no Conde, Litoral Sul da Paraíba
- Dois apartamentos no edifício Ilha dos Corais, no Bessa
- Dois apartamentos no edifício Saulo Maia, no Cabo Branco
- Apartamento no edifício Jardim do Atlântico, no Cabo Branco
- Apartamento no residencial Luxor Paulo Miranda, no Cabo Branco
- Dois apartamentos em São Paulo
Defesa
O advogado do Padre Egídio, Sheyner Asfora, em entrevista pela manhã, afirmou que o religioso está à disposição para prestar esclarecimentos, prestar declarações de maneira oficial. "Ele não se encontra foragido. Ele está à disposição de todo o corpo de investigação (...) não tive conhecimento sobre o teor da decisão e isso que farei agora", afirmou.
Nota do hospital
Em nota, divulgada na manha desta quarta-feira (05), a nova direção do Hospital disse que acompanha todo o processo que corre sobre segredo de Justiça, colaborando de maneira irrestrita com as investigações.
“Deve-se destacar que a atual gestão, que assumiu no último dia 25, tem contribuído com toda a investigação e que tão logo sejam concluídas irá se pronunciar no que toca ao Hospital Padre Zé. Ressalta-se que os investigados na operação “Indignus” não fazem mais parte da diretoria da instituição”, afirmou.
Na nota ressaltou ainda que, no momento, o esforço é para manutenção dos serviços prestados para a população, cumprindo com todas obrigações administrativas que conta com a ajuda de todos que acreditam na instituição.
Pedido da nova direção
Esta semana, a nova diretoria do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, solicitou ao Ministério Público da Paraíba uma auditoria “ampla e irrestrita” em todas as suas contas, contratos, convênios e projetos instituição.
O Hospital Padre Zé revelou que está passando por “grave problemas financeiros”, mas que os serviços não serão suspensos.
A nova diretoria do Hospital Padre Zé, após avaliar a situação operacional, funcional, contábil e financeira, constatou que a unidade encontra-se com inúmeras dívidas que comprometem a sua funcionalidade.
Antiga direção
O hospital era gerido pelo Padre Egídio de Carvalho, que renunciou ao posto no mês passado após a revelação de um escândalo envolvendo o ex-funcionário do Hospital Padre Zé, um dos suspeitos de furtar mais de R$ 500 mil em celulares da unidade, que seria doados à instituição. O dinheiro deveria ser usado para manutenção do hospital. Em seu lugar, assumiu o Padre George Batista.
Colaboração: Ana Beatriz (imagens) e Diogo Almeida (edição)
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