Projeção em prédios protesta contra alargamento da orla de João Pessoa

A ação alargamento da orla de João Pessoa foi orquestrada pelo grupo ‘Minha Jampa’, em parceria com a organização ‘Projetemos’, uma rede nacional de projecionistas livres.

Foto: divulgação/Minha Jampa

A proposta anunciada pelo prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), de alargar a faixa de areia da orla das praias de Cabo Branco ao Bessa está sendo alvo de uma manifestação pública. Na fachada da Estação das Artes, no bairro do Altiplano, e no Centro Administrativo Municipal, foram projetadas a frase: “O prefeito de João Pessoa quer acabar com uma das orlas mais bonitas do país”.

A ação foi orquestrada pelo grupo ‘Minha Jampa’, em parceria com a organização ‘Projetemos’, uma rede nacional de projecionistas livres.

Em postagem no Instagram, os manifestantes trazem questionamentos sobre o projeto anunciado por Cícero, que inclui ainda a construção de uma via de ligação entre as praias do Seixas e Cabo Branco, no entorno da Barreira. Segundo o prefeito, estudos estariam sendo feito para realização da obra ainda este ano, com valor em torno de R$ 200 milhões.

O conselheiro Antônio Cláudio Silva Santos, do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB), pediu que a prefeitura apresente a documentação que tiver sobre o projeto, “independente da fase em que se encontra, conforme solicitação do Ministério Público de Contas”.

Uma das críticas que tem sido feita à proposta é que as intervenções nas praias seriam para favorecer a especulação imobiliária. Com o alargamento da faixa de areia, em tese, poderia ser construídos prédios com mais de três andares na orla, o que atualmente é proibido por uma regra de distanciamento mínimo entre o mar e a faixa urbana, disposta na Constituição Estadual.

“Para cada nova tentativa de enganar a população, estamparemos a verdade em toda cidade, sr. Cícero Lucena! A população da capital Paraibana, João Pessoa, tem mostrado o poder da organização coletiva na luta contra o lobby das construtoras que, com a colaboração de Cícero Lucena e Leo Bezerra e todos e aqueles que contribuíram para essas ideias catastróficas, querem lucrar com a especulação imobiliária mesmo que isso custe a destruição de uma das orlas mais bonitas do país”, diz a postagem.

Nesta segunda-feira (27), o prefeito manifestou desconforto a questionamentos sobre o projeto. Alegou que ainda está em fase de estudo, mas não revelou o nome da empresa responsável pelo trabalho e quanto será pago pelo serviço.

Cícero disse que assim que o estudo estiver pronto vai encaminhar o documento ao Tribunal de Contas do Estado. Lembrou que há experiências positivas em outros estados como Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará, e culpou políticos oposicionistas pela polêmica.