CONVERSA POLÍTICA
"Troca de tapas" em comício nas ruas de Guarabira é mais um episódio vergonhoso da eleição; veja vídeos
Semana passada vimos o "quebra pau" entre os conservadores por causa da falta da reclamação da falta de coerência e, em seguida, total intolerância.
Publicado em 18/09/2022 às 18:20 | Atualizado em 19/09/2022 às 8:53
A "troca de tapas" entre aliados da base governista em comício em Guarabira, nesta sábado (17), foi um episódio vergonho. Depõe contra a política e os seus agentes, os políticos. Já tão massacrados e manchados. Ao ver os vídeos dá uma espécie de vergonha alheia.
Semana passada, vimos o "quebra pau" entre os conservadores do PL e PRTB, por causa da falta de coerência e intolerância. Neste fim de semana, a miudeza política: brigar por causa da ordem de fala de um comício.
E nem era para um público gigante, afinal o governador João Azevêdo (PSB) já tinha discursado e a candidata ao Senado, Pollyana Dutra (PSB) também.
Mais do que isso. O discurso era para quem já tem seu candidato. Mais do mesmo.
Ali havia aliados de Célio Alves (candidato a estadual), de Gervásio Maia (candidato a federal), de Renato Meireles (candidato a estadual), que estavam presentes, e também de Raniery Paulino (candidato a federal), que, pelas imagens, já não estava mais no palanque.
Em resumo, quem estava assistindo as falas naquele ato político não precisava ser convencido de nada. Era chover no molhado. Estavam para fazer número, aplaudir, por amor, por favor, ou porque ganham alguma comissão para isso.
Dá para ver nesses eventos, nos quais aliados se estapeiam por pouco, que o problema não é a polarização.
Afinal, não estavam em campos diferentes. O problema é que os políticos, que deveriam estimular o diálogo e a conversa em prol do bem comum, partem para briga, para agressão, sem lembrar que eles são exemplos, que são espelho.
O resultado é essa baderna vergonhosa. O resultado é um eleitor apaixonado e cego, intolerante.
Relatos
De acordo com os relatos e notas, a confusão começou porque houve uma mudança (proposital ou improvisada) na ordem nos discursos. Célio Alves passou o microfone antecipadamente para Gervásio Maia, ambos do PSB, aí o candidato a deputado estadual Renato Meireles (PSB) reclamou com "sangue nos olhos", o microfone dele foi desligado. Depois daí foi só agressão verbal e ataques físicos, como é possível ver nos vídeos.
Detalhe: Gervásio Maia é presidente do PSB e Renato Meireles é candidato pelo partido e não gostou porque o "líder partidário" iria falar antes dele.
Em nota, Gervásio afirmou que foi agredido covardemente por um assessor parlamentar da Assembleia Legislativa da Paraíba quando tentava exercer o direito de fala em uma atividade de campanha. Disse ainda que não reagiu, mesmo sendo agredido.
No início da madrugada, prestei queixa na Polícia. Fui agredido pelas costas enquanto discursava. Não podemos normalizar e permitir que episódios como esse virem rotina. O tempo de ódio precisa acabar", afirmou na nota (veja nota abaixo).
Segundo Maia, o assessor parlamentar que o agrediu se chama João Agostinho, que é lotado no gabinete do deputado estadual Raniery Paulino (MDB). Agostinho prestou queixa na política por injúria racial, de acordo com relatos nas redes sociais.
Já Renato Meireles disse que apesar de preterido na ordem de fala, "esperou pacientemente a conclusão do discurso de Célio momento em que o candidato, mais uma vez, em total desrespeito a organização do evento, passou o microfone ao Deputado Gervasio". E disse na nota:
Infelizmente, nesse contexto, o clima esquentou resultando em lamentáveis agressões mútuas no palanque conforme registrado nos vídeos que circulam nas redes" (veja nota abaixo).
NOTA DE RENATO MEIRELES
Aos amigos de Guarabira, da Região do Brejo e a todo povo paraibano.
O candidado a Deputado Estadual Renato Meireles vem, por meio desta, lamentar e explicar o desagradável episódio ocorrido no Comício de encerramento da Caravana 40 na noite deste sábado 17/09/2022 em Guarabira.
Qualquer evento político tem uma organização e um roteiro de falas.
A organização do evento havia definido que após as falas do Governador João, do Deputado Raniery e da Senadora Polyana, seria a vez da fala de Renato Meireles e depois do Candidato Célio Alves.
Ocorre que após a fala da Senadora Poliana, o candidato Célio pegou o microfone das suas mãos e em total desrespeito a organização do evento, iniciou o seu discurso sem sequer ser anunciado quebrando a ordem estabelecida.
Renato Meireles, apesar de preterido na ordem de fala, esperou pacientemente a conclusão do discurso de Célio momento em que o candidato, mais uma vez, em total desrespeito a organização do evento, passou o microfone ao Deputado Gervasio, sem qualquer anúncio por parte do cerimonial oficial, preterindo-se mais uma vez, o direito de fala de Renato Meireles em sua própria terra.
Nesse momento, não foi possível conter a indignação. Não podia Renato Meireles assistir inerte a tamanho desrespeito a um candidato Guarabirense em sua própria terra causado por candidatos forasteiros que não representam os anseios do nosso povo.
Renato Meireles precisou intervir apenas e tão somente para pedir respeito a sua candidatura e aos guarabirenses que estão dia a dia confiando nesse projeto.
Infelizmente, nesse contexto, o clima esquentou resultando em lamentáveis agressões mútuas no palanque conforme registrado nos vídeos que circulam nas redes, que jamais teriam ocorrido se o recomendável respeito a organização do evento houvesse sido seguido por todos.
Por fim, quero apenas renovar meu compromisso com a minha terra e com o meu povo e dizer sem medo que, onde quer que estejamos, seguiremos sempre com coragem para lutar pelas causas da nossa gente.
NOTA de GERVÁSIO
Povo da Paraíba,
Na noite de sábado (17), fui agredido covardemente por um assessor parlamentar da Assembleia Legislativa da Paraíba quando tentava exercer meu direito de fala em uma atividade de campanha na cidade de Guarabira.
Na ocasião, falaria na qualidade de deputado federal, presidente estadual do PSB e candidato à reeleição ao lado de Célio Alves, dr Teotônio, do vice-prefeito Wellington e de muitos amigos da região.
Passo para agradecer as inúmeras mensagens de solidariedade e para informar que estou bem. Após as devidas providências, seguirei com minha agenda normalmente.
Esse tipo de postura é inaceitável, intolerável e um ataque a todos os que defendem a democracia e o estado de direito.
Não serei intimidado por esse ataque sorrateiro e covarde. Vou continuar caminhando pela Paraíba para falar de ações que realmente interessam às filhas e filhos do povo. Assim, como fizemos quando destinamos recursos para a instalação do primeiro tomógrafo público da Região (esperado há 70 anos) e recursos para a reestruturação da Universidade Estadual da Paraíba, Campus III.
A cidade de Guarabira sempre foi acolhedora. A atitude mesquinha de poucos não me fará deixar de trabalhar pelo município. O processo eleitoral não pode ser exercido sob as insígnias da violência e da intolerância.
No início da madrugada, prestei queixa na Polícia. Fui agredido pelas costas enquanto discursava. Não podemos normalizar e permitir que episódios como esse virem rotina. O tempo de ódio precisa acabar.
Gervásio Maia
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