Correição constata alto índice de licenças médicas na Vara do Trabalho de Guarabira

Uma correição realizada na Vara do Trabalho de Guarabira constatou um número alto de licenças médicas, fato que tem prejudicado o atendimento aos jurisdicionados e aos advogados, devido ao acúmulo de processos em todos os setores. Em 2014, houve 15 afastamentos de servidores, que totalizaram 221 dias de ausência ao trabalho. Em 2015, esse número elevou-se para 31 afastamentos e 440 dias de ausência ao trabalho.

"O índice de afastamento comparado com as demais varas do interior é o mais alto registrado no ano de 2015 e chega a ser maior que o dobro registrado no ano anterior, número que também já foi muito elevado", destaca o relatório da correição.

Em novembro de 2015, os membros da Comissão de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (CESMET), formada por profissionais das áreas de Engenharia de Segurança, de Medicina do Trabalho, de Fisioterapia, de Psicologia e de Ondontologia, do Tribunal, avaliaram o bem-estar psíquico e físico dos servidores e do magistrado da Vara do Trabalho de Guarabira e os resultados não foram positivos.

Quanto ao bem-estar psíquico, os servidores elencaram como fatores estressantes: falta de pessoal (40%), acúmulo de trabalho (30%) e pressão pelo aumento da produtividade e pressão por alcance de metas estabelecidas pelo CNJ (20%). Além disso, 20% apontou a falta de compromisso ou de conhecimento de outros colegas e também a troca ou falhas nos sistemas, softwares e programas, como fatores estressantes no trrabalho.

No aspecto bem -estar físico, 90% dos servidores relataram a existência de manifestações orgânicas de algum tipo de moléstia nos últimos seis meses. Destes, 80% atribuíram a origem dos sintomas a tarefas repetitivas, sem pausa regular, e 90% atribuíram-no ao excesso de trabalho e à jornada de trabalho excessiva. Também foi medido o índice de satisfação e a Vara obteve o menor percentual entre as demais unidades do interior do Estado (57,3%).

A Vara do Trabalho de Guarabira possui um acervo processual de 2.285 feitos, assim distribuídos: 1.196 tramitando na fase de conhecimento; 5 na fase de liquidação; 997 na fase de execução e 84 cartas precatórias pendentes de devolução, segundo dados do e-Gestão (31/12/2015).