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POLÍTICA

Deputado Tiririca é acusado de assédio sexual por ex-funcionária

Parlamentar nega e diz ser vítima de chantagem e extosão no valor de R$ 100 mil.  

Publicado em 04/07/2017 às 15:43

"Pior que tá não fica". Se depender da ex-empregada doméstica Maria Lúcia Gonçalves, a "célebre" frase do deputado federal Tiririca (PR-SP), ao pedir votos durante a campanha eleitoral, pode se virar contra ele. Maria Lúcia acusou o parlamentar - seu ex-patrão - na Justiça por assédio sexual. Ela alega que foi alvo de assédio de Tiririca durante viagens que fez com a família dele em 2016, primeiro para São Paulo e depois para o Ceará. A defesa de Tiririca, por outro lado, afirma que o deputado e a família estão sendo vítimas de extorsão e que a empregada doméstica, após ter sido demitida, em junho do ano passado, exigiu R$ 100 mil reais para não prejudicar a reputação do parlamentar.

No Supremo

O caso foi para o Supremo Tribunal Federal (STF) no final de junho de 2017, já que a Corte é responsável por investigar políticos com foro privilegiado, como é o caso de Tiririca. No tribunal, o processo foi distribuído, no último dia 28, para o ministro Celso de Mello.
Na 10ª delegacia de polícia do Distrito Federal, que iniciou as apurações do caso, Maria Lúcia afirmou que o primeiro episódio de assédio sexual ocorreu em maio de 2016, quando ela viajou para São Paulo com

Tiririca, a mulher dele, Nana Magalhães, a filha do casal, de 8 anos, e assessores do deputado. Na ocasião, Tiririca daria uma entrevista para o programa do Jô. Maria Lúcia relatou que ficou no apartamento cuidando da filha do casal durante a entrevista. Ela disse que, quando Tiririca e os demais voltaram, o deputado exalava cheiro de álcool e a agarrou por trás. Tiririca, segundo Maria Lúcia, começou a dizer que faria sexo com ela, diante de todas as outras pessoas presentes, inclusive a menina de 8 anos.

A empregada relatou à polícia que conseguiu se desvencilhar, mas o deputado ficava correndo atrás dela. Maria Lúcia disse que pediu ajuda dos adultos, que, segundo ela, riam da situação. Ela afirmou que apenas a menina a defendeu, empurrando o pai e jogando-o no chão.

Apalpada

Ainda de acordo com o relato de Maria Lúcia, os episódios de assédio continuaram nos dias seguintes, quando ela acompanhou os patrões em uma viagem para um sítio de Tiririca perto de Fortaleza. Ela disse que lá, durante festas promovidas pelo casal, o deputado continuou dizendo que queria fazer sexo com ela e que ela gostaria "se experimentasse".

A empregada disse ainda que foi apalpada por Tiririca em algumas ocasiões nesses dias. Ela também afirmou que o ex-patrão jogou no mar o celular dela que tinha gravações de algumas frases que Tiririca havia lhe dito.

Consumo de bebida

Maria Lúcia foi demitida logo após a viagem para o Ceará. Na delegacia, Nana Magalhães disse que a empregada consumia bebida alcóolica durante o trabalho e por isso foi dispensada. A mulher de Tiririca disse ainda que, após a demissão, Maria Lúcia começou a fazer ameaças de extorsão.

O relato de Maria Lúcia foi feito também pelo advogado dela, José Orlando de Amorim, à 21ª vara trabalhista de Brasília, onde ele abriu a ação de assédio sexual contra Tiririca, em fevereiro de 2017. Na ação, o advogado afirmou que os "atos indecentes" de Tiririca, as "apalpadelas", "indubitavelmente configuram assédio sexual". Após isso, em março de 2017, Nana Magalhães procurou a 10ª DP para abrir ocorrência de extorsão.

Chantagem

O advogado do casal, Fernando de Carvalho e Albuquerque, alega que a doméstica tentava usar o estereótipo do personagem de Tiririca para lhe atribuir os mesmos comportamentos em sua vida pessoal. Ele disse que Maria Lúcia "não se adaptou à rotina da família e tentou utilizar o pouco tempo de convivência para chantagear os reclamados (Tiririca e a mulher) pedindo a quantia de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para se manter em silêncio em relação a vida intima do casal".

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Jornal da Paraíba

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