POLÍTICA
Dilma assume erro no controle do financiamento estudantil
Desde que foram publicadas alterações nas regras do Fies, o fundo tem sido alvo de embate entre governo e instituições privadas.
Publicado em 16/03/2015 às 20:58
A presidente Dilma Rousseff admitiu nesta segunda-feira (16), em entrevista coletiva realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, que o governo errou ao deixar que as instituições particulares de ensino superior controlassem as matrículas feitas com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
"Querem uma confissão? Vou dizer onde: Fies. Tivemos um erro. O governo cometeu um erro no Fies. Passou para o setor privado o controle dos cursos. Não fazemos isso com o Prouni, não fazemos com o Enem, não fazemos com ninguém. Isso não é culpa do setor privado. Fomos nós que fizemos isso. Em vez de controlar as matrículas, quem controlava era o setor privado", disse Dilma.
Desde que foram publicadas, no final do ano passado, alterações nas regras do Fies, o fundo tem sido alvo de embate entre governo e instituições privadas. Restrições de qualidade e de valores foram impostas à oferta de financiamento. Estudantes não estão conseguindo renovar contratos com instituições que tiveram reajustes nas mensalidades acima de 6,4% e estão enfrentando um sistema congestionado para novos financiamentos.
Sobre a exigência de nota mínima, de 450 pontos em média, nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a presidenta defendeu a medida, e disse ser inaceitável alguém que tirou "zero em português" ter acesso ao financiamento. "Esse que teve zero compromete o Brasil", disse Dilma.
Insatisfeitos com as mudanças no programa, as instituições particulares de ensino começaram a ingressar na justiça e conseguir liminares contrárias às novas medidas anunciadas pelo governo. O secretário executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio, afirmou que o governo pretende recorrer de todas as decisões judiciais de instituições e entidades que queiram derrubar as novas medidas.
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