POLÍTICA
Dom Aldo envia nota justificando ida à coletiva de Cássio
Arcebispo da Paraíba dom Aldo Pagotto publicou nota explicando as razões que o fizeram participar da entrevista coletiva do governador Cássio Cunha Lima.
Publicado em 24/11/2008 às 11:03
Da Redação
O arcebispo da Paraíba dom Aldo Pagotto publicou nota nesta segunda-feira (24) explicando as razões que o fizeram participar da entrevista coletiva do governador Cássio Cunha Lima (PSDB), que teve o mandato cassado na última quinta-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral. Dom Aldo disse que aquele foi um gesto de solidariedade, compaixão e amizade com o casal Cássio e Sílvia Cunha Lima, mas descartou qualquer intenção de confronto entre a Igreja e o TSE.
Ele disse que respeita a decisão do Tribunal e que sua opinião pessoal não é uma imposição aos demais fieis. Ele pediu também que a transição de governo seja feita dentro do “mais elevado espírito republicano” e que o novo governo continue a desenvolver políticas públicas em favor dos mais desfavorecidos.
Pagotto lembrou também que o estado é laico e lamentou as manifestações agressivas expressas pela imprensa, que segundo ele teve o objetivo de denegrir e colocar sob suspeitas as relações existentes entre a Arquidiocese da Paraíba e o Estado da Paraíba.
Leia na íntegra a Nota Oficial da Arquidiocese:
A Arquidiocese da Paraíba, diante do noticiário relativo à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmando a cassação do Sr. Governador Cássio Rodrigues da Cunha Lima, vem esclarecer que:
1. Na última sexta-feira, o comparecimento de Dom Aldo, o Arcebispo Metropolitano, ao Palácio da Redenção, justificou-se como expressão de sua solidariedade, compaixão e amizade para com o casal Cássio e Sílvia, no momento de extrema dificuldade enfrentada frente ao resultado do julgamento da elevada Corte Eleitoral em Brasília.
2. Não há e nunca houve intenções de confronto do representante maior da Igreja Católica com as instituições públicas, especificamente diante da decisão do TSE de cassar o mandato do atual governador. Tal fato não autorizaria o Arcebispo a impor seu descontentamento, opinião pessoal, à população constituída de fiéis, provocando confusões e divisões.
O arcebispo nutre respeito e admiração pela elevada missão desenvolvida pelo Ministério Público Eleitoral e pela Justiça Eleitoral na Paraíba, extensivas a egrégia Corte Superior Eleitoral em Brasília.
3. O Arcebispo professa a convicção de que a possível transição de Governo, prestes a ser efetivada na Paraíba, dar-se-á em elevado espírito republicano, com a continuidade de políticas públicas em favor dos mais desfavorecidos na Paraíba.
O Estado é laico. Devemos distinguir, pois, o apoio dado às políticas públicas de desenvolvimento integral que favorece a população, de políticas partidárias de um governo ou de um governante.
4. O Arcebispo lamenta as manifestações agressivas, expressas nos jornais e na mídia de domingo e desta segunda-feira, procurando denegrir e colocar sob suspeitas as relações existentes entre a Arquidiocese da Paraíba e o Estado da Paraíba, em razão de diversos convênios, permanentemente acompanhados transparentemente pelo Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público.
5. O Arcebispo apela para os princípios éticos e morais que devem reger a formação dos cidadãos e cidadãs, livres, conscientes e responsáveis pela construção da história. Opiniões peregrinas não se antepõem aos princípios professados pelo Evangelho, acatados pela Constituição.
Que efetivamente o amor de Cristo nos mantenha íntegros na edificação da sociedade justa e solidária. Assim o Arcebispo se presta a unir e não a dividir e separar as forças do povo paraibano. Que Deus nos abençoe e conceda a graça da paz e da verdadeira concórdia, na unidade e na caridade.
Aldo di Cillo Pagotto
Arcebispo Metropolitano da Paraíba
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