Dom Aldo lança cartilha 2012 com orientações para eleitores

Orientar fiéis, candidatos e clérigos sobre a participação de cada um nas eleições municipais é o principal objetivo de uma cartilha lançada ontem pelo arcebispo metropolitano da Paraíba, dom Aldo Pagotto. Intitulada “Eleições municipais 2012. Participação do povo de Deus na construção da cidade e da cidadania”, a cartilha trata de temas polêmicos, como as regras para padres que se lançaram candidatos. Defendendo que clérigos não devem disputar cargos político-partidários, devendo essa missão ser assumida por leigos, dom Aldo disparou: “obedece quem tem juízo".

Apesar de lamentar que alguns padres da Paraíba continuem descumprindo a Resolução elaborada em 2010, dom Aldo disse que os clérigos não estão proibidos de se candidatar: “Respeita-se a liberdade pessoal de cada um. Porém eles são dispensados de exercer todas as funções ministeriais para não dizer que a igreja esteja apoiando, para não dizer que de alguma forma eu estou favorecendo determinados clérigos que insistem em se candidatar”.

Mesmo para os padres que não estão disputando vaga para prefeito ou vereador, dom Aldo disse que deverá traçar orientações na reunião que deverá ser realizada hoje. “Acredito que na hora da homilia, pode ser feito apenas um aviso ou mesmo ao final da celebração. O que nós não podemos é sequestrar a palavra de Deus porque o povo vai à igreja procurar apenas isso. Não podemos permitir que se faça política durante a celebração eucarística e isso serve também para os candidatos que participarem das missas”, frisou.

A cartilha está disponível no site da Arquidiocese e deverá ser distribuída às paróquias amanhã, quando o arcebispo se reunirá com o clero para passar orientações sobre o comportamento nos últimos dias da campanha, especialmente durante a realização das celebrações eucarísticas.

Dom Aldo explicou da necessidade de se dirigir aos candidatos e aos eleitores lembrando o princípio elementar da Doutrina Social da Igreja: ‘a solidariedade e a subsidiariedade’, tendo em vista a formação da consciência política dos cidadãos. “A Igreja incentiva a participação de todos na construção de políticas de inclusão social porque dignificam a vida da população como prática de fé, justiça, amor e serviço ao próximo. A vida e a história são construídas por nós todos, concidadãos e corresponsáveis”, afirmou o arcebispo, para quem muitos políticos fizeram do mandato um meio para se enriquecer, sem compromisso para com a população.