POLÍTICA
Dono da Delta e Pagot são poupados
Após votação, comissão seguiu proposta do relator e adiou por tempo indeterminado depoimento de dono da Delta e de ex-diretor do Dnit.
Publicado em 15/06/2012 às 6:00
No dia mais tenso da CPI do Cachoeira, PT e PMDB se uniram para impedir que a comissão convocasse o dono da Delta, Fernando Cavendish, e o ex-diretor do Dnit Luiz Antonio Pagot.
Ao mesmo tempo, a base aliada cercou o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) ao convocar cinco pessoas ligadas ao tucano.
Em resposta às manobras, a oposição ameaçou deixar a CPI e houve um racha na base aliada.
Cavendish e Pagot poderiam falar do repasse de "caixa dois" das empreiteiras às campanhas eleitorais. Por 16 votos a 13, no caso de Cavendish, e por 17 a 13, no de Pagot, a CPI seguiu a proposta do relator, Odair Cunha (PT-MG), e adiou os depoimentos por tempo indeterminado.
PT e PMDB votaram fechados com o relator, seguindo um acordo feito na madrugada e dando respaldo a Odair. O roteiro foi cumprido, mas a base aliada rachou: seis governistas (de PDT, PTB e PSD) apoiaram as convocações.
A empresa de Cavendish é acusada pela Polícia Federal de ser o braço financeiro do esquema de Cachoeira, e suspeita de repassar dinheiro para campanhas. Pagot era o responsável pelo Dnit quando a Delta assinou grande parte dos contratos com o governo. Ele contou que existia um esquema de "caixa dois" para o PSDB e que, a pedido da campanha de Dilma em 2010, arregimentou empresas para levantar recursos.
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