Empréstimo de US$ 28 mi está ameaçado por causa de dívida da AL

Marcos Alfredo
Do Jornal da Paraíba

Mais uma crise política envolve o Palácio da Redenção e a Assembleia Legislativa da Paraíba. A aprovação na ontem, no Senado Federal - pela manhã na Comissão de Assuntos Econômicos e à tarde no plenário da Casa - de empréstimo de US$ 28 milhões do Governo do Estado junto ao Banco Mundial não foi motivo de comemoração. Muito pelo contrário. Sobraram acusações e ataques mútuos entre governo e oposição.

De forma objetiva, no início da noite, o deputado Rodrigo Soares (PT) distribuiu nota com a imprensa, denunciando que o Estado da Paraíba está impedido de ter acesso ao empréstimo internacional por conta de uma pendência da Assembleia Legislativa, na ordem de R$ 500 mil, junto ao SIAF (Sistema Integrado de Administração Financeira) do governo federal.

Segundo Soares, propositalmente, a direção da Casa deixou de quitar o débito, embora disponha de recursos para tal há mais de 40 dias - com o objetivo de obstacular a operação financeira com o Banco Mundial.

A Assembleia é considerada uma instituição do Estado pelos organismos internacionais e, por isso, estando inadimplente o empréstimo não pode ser liberado, explica Rodrigo Soares. Segundo o deputado petista, o governador José Maranhão (PMDB) passou os últimos sete meses tentando viabilizar a operação e liberação dos recursos, que seriam utilizados no combate à pobreza no Estado. Ao saber da não liberação por conta da dívida da Assembleia, saiu do Tesouro Nacional desapontado, recentemente.

Manifesto problema

Ao mesmo tempo em que fazia essa denúncia de caráter político-administrativo por parte da Assembleia, os deputados governistas também atacaram a bancada oposicionista. Um manifesto do líder da oposição, Manoel Ludgério Neto (PDT), apresentou dez pontos considerados críticos e que, sem serem solucionados, determinarão a obstrução da pauta em plenário, inclusive do pedido de remanejamento de R$ 39,5 milhões.

Para Rodrigo Soares, além de uma forma de “desviar a atenção”, a manobra é uma “confissão de culpa do governo Cássio”, pois “todos os problemas relatados são oriundos da gestão anterior”.

Líder do PMDB, o deputado Raniery Paulino faz duras críticas à manobra da oposição de tentar obstacular o remanejamento. “Não querer liberar verba para equipar os hospitais é querer que a população tenha um serviço pior. Eles deveriam ir para a fila do SUS para ter noção do que a população enfrenta”, ressaltou o parlamentar, definindo como “blá-blá-blá inútil” a argumentação dos oposicionistas.