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POLÍTICA

Estátua decapitada de Iemanjá é revitalizada por artistas, mas deve ser substituída

De acordo com a Seplan, a obra da praça já foi autorizada pela União e a licitação deve ocorrer nos próximos dias. Estátua deve ser substituída por uma feita em alumínio.

Publicado em 26/02/2024 às 17:41 | Atualizado em 27/02/2024 às 13:32


                                        
                                            Estátua decapitada de Iemanjá é revitalizada por artistas, mas deve ser substituída
À esquerda, a estátua antiga de Iemanjá, antes do vandalismo. Ao centro, estátua após ficar decapitada. No lado direito, a estátua após a revitalização - Foto: Fágner Alisson

A estátua de Iemanjá, que estava decapitada há oito anos e fica localizada na orla de Cabo Branco, em João Pessoa, foi revitalizada por dois artistas, a mando de um homem que estaria cumprindo uma promessa, de acordo com o Secretário da Participação Popular, Thiago Diniz.

A prefeitura de João Pessoa informou ao Jornal da Paraíba, por meio da Secretaria de Planejamento (Seplan), que mesmo após a revitalização, o órgão mantém o projeto de reforma da praça onde a estátua fica localizada.

De acordo com a Seplan, a Superintendência de Patrimônio da União (SPU) autorizou a construção da nova praça no local e que nos próximos dias o processo de licitação deve ser aberto para revitalizar a praça.

O orçamento para a obra é de R$ 662,7 mil e a organização quer revitalizar o local em que a praça está, além de conceder uma nova estátua, substituindo a anterior. O órgão não forneceu um prazo para o término do processo licitatório.

O secretário Thiago Diniz informou também que, mesmo com a revitalização da estátua tendo acontecido por meio de uma pessoa anônima, a intenção é a substituição da imagem por uma feita por outro material. Mas ainda não se sabe o que vai ser feito com a estátua revitalizada.

“A revitalização não altera a questão do novo processo de licitação para uma nova estátua em alumínio, que está sendo processada, que está em processo, por parte da Prefeitura de João Pessoa”, ressaltou o secretário.

Além disso, Thiago Diniz também disse que a restauração da estátua aconteceu após um homem ter contratado dois artistas da cidade de Picuí, também na Paraíba, para que fizessem uma nova cabeça para a estátua que foi decapitada em março de 2016. As informações do secretário dão conta de que a colocação da nova cabeça e a nova pintura foram feitas na última sexta-feira (23).


				
					Estátua decapitada de Iemanjá é revitalizada por artistas, mas deve ser substituída
Estátua de Iemanjá após revitalização feita por artistas - Foto: Fágner Alisson. Estátua de Iemanjá após revitalização feita por devoto - Foto: Fágner Alisson

Cronologia do vandalismo contra a estátua de Iemanjá e busca por soluções:

  • Março de 2016: estátua de Iemanjá é decapitada em ato de vandalismo e desde então permanece danificada;
  • Fevereiro de 2023: Prefeitura anuncia que vai reformar a praça onde fica a estátua;
  • Fevereiro de 2023: Fórum de Diversidade Religiosa defende que estátua seja transferida para outro local para evitar novos vandalismos;
  • Dezembro de 2023: Ministério Público promove audiência para cobrar soluções para o problema;
  • Janeiro de 2024: MP dá 15 dias para a Procuradoria-Geral do Município de João Pessoa se pronunciar sobre a possibilidade de realocação da estátua para o Largo de Tambaú;
  • Fevereiro de 2024: Prefeitura diz que projeto da reforma da praça está aprovado pelo Comitê Gestor da Orla e aguarda manifestação favorável da Superintendência de Patrimônio da União (SPU) para ser colocado em prática. Imagens do projeto não foram divulgadas;
  • Fevereiro de 2024: SPU afirma que o processo de revitalização ainda não chegou no órgão.
  • Fevereiro de 2024: Estátua de Iemanjá é revitalizada por artistas, mas prefeitura vai substituir imagem e mantém projeto de reforma da praça

O vandalismo contra a estátua


				
					Estátua decapitada de Iemanjá é revitalizada por artistas, mas deve ser substituída
Estátua de Iemanjá foi vandalizada em João Pessoa - Foto: TV Cabo Branco. Estátua de Iemanjá foi vandalizada em João Pessoa - Foto: TV Cabo Branco

A estátua de Iemanjá, localizada em uma praça na beira do mar do Cabo Branco, está sem a cabeça desde o mês de março de 2016, quando foi alvo de vandalismo.

Em abril de 2013, a estátua teve sua cabeça arrancada e as mãos decepadas pela primeira vez. À época, o Patrimônio Artístico e Cultural de João Pessoa restaurou a imagem da divindade considerada pelas religiões de matriz africana rainha do mar, mas a estátua foi vandalizada novamente.

Na época, adeptos das religiões de matrizes africanas denunciaram intolerância religiosa, prática considerada criminosa conforme a lei federal 9.459 de 1997. A pena prevista para o crime é a reclusão de um a três anos, além de multa.

Uma denúncia quanto ao ato de vandalismo foi formalizada junto à polícia, à época, mas as investigações não conseguiram identificar nenhum suspeito.

Fórum de Diversidade Religiosa pede resolução


				
					Estátua decapitada de Iemanjá é revitalizada por artistas, mas deve ser substituída
Imagem de Iemanjá decapitada. Estátua está sem a cabeça desde 2016 - Foto: Luana Silva/Jornal da Paraíba. Imagem de Iemanjá decapitada. Estátua está sem a cabeça desde 2016 - Foto: Luana Silva/Jornal da Paraíba

O Jornal da Paraíba também entrou em contato com representantes do Fórum de Diversidade Religiosa da Paraíba, que por meio da responsável pelo Núcleo de Religiões de Matrizes Africanas da instituição, Tânia Ekèdi, afirmou que, ao contrário do que o projeto da prefeitura propõe, a comunidade religiosa quer a transferência da imagem de Iemanjá para outro local.

A representante também afirmou que a nova estátua teria que ser feita de outro material e que a atual, antes da revitalização “não servia mais”.

“Não é interessante para nós, povo de terreiro. Inclusive, pedimos a estátua em outro material, pois aquela, em gesso, não serve mais. Nem pra restauração, nem como simbologia”, ressaltou a representante do fórum antes da revitalização.

Além disso, Tânia Ekèdi disse que considera a demora em todo o processo para resolver a situação da estátua e da praça uma espécie de racismo religioso e institucional por parte dos órgãos competentes.

“Sabemos que mesmo o nosso país é Laico, ou seja, neutro em termos religiosos e a proteção do direito ao culto. Mas nem o Estado ou a Prefeitura demonstraram interesse de fato em resolver esse problema. E só podemos relacionar isso ao fato de ser uma religião de pretos. Dessa forma, sim, caracteriza-se racismo religioso”, considerou.

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Jornal da Paraíba

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