Guido Mantega nega indicação na Casa da Moeda

Cobrado pela presidente Dilma Rousseff a se pronunciar publicamente sobre a crise na Casa da Moeda, o ministro Guido Mantega (Fazenda) negou ter indicado Luiz Felipe Denucci para a estatal, ao contrário do que diz o PTB. O ministro afirmou que o partido pediu a saída do servidor "porque ele não estaria atendendo a não sei que demanda [da legenda]".

Mantega esteve ontem com Dilma. Até então, passados sete dias da demissão do servidor, ele não havia se pronunciado sobre o caso. A ordem da presidente coincide com a ameaça de convocar o ministro para se explicar no Congresso, reforçada por integrantes de partidos aliados, como o PMDB. Na entrevista de ontem, Mantega elogiou o currículo de Denucci e não justificou a razão de sua exoneração.

A demissão ocorreu no último sábado, quando o governo tomou conhecimento de que a Folha de S.Paulo preparava reportagem sobre suposto esquema de corrupção na estatal.

"Costumamos trocar os funcionários que cumprem suas missões. Ele estava sendo pressionado, estávamos dando andamento à sua substituição e três possíveis candidatos estavam sendo entrevistados", afirmou.

Relatório de empresa que administra contas bancárias no exterior diz que Denucci recebeu "comissão" de US$ 25 milhões de fornecedores da Casa da Moeda por meio de duas empresas no exterior em nome dele e da filha. Ele confirma ser dono de "offshores", mas nega ter pego dinheiro.