POLÍTICA
Justiça determina bloqueio de verbas
Além do bloqueio de verbas de publicidade, multas poderão ser aplicadas ao Governador, caso irregularidades em hospital de Patos permaneçam.
Publicado em 28/12/2013 às 6:00 | Atualizado em 17/05/2023 às 12:20
O juiz Cláudio Girão Barreto, da 14ª Vara Federal, determinou a aplicação de multa diária no valor de R$ 5 mil, contra o governo da Paraíba, em caso de descumprimento da liminar que obriga a Secretaria Estadual de Saúde a sanar as irregularidades identificadas pelo Ministério Público Federal (MPF) no Hospital Regional Janduhy Carneiro, em Patos. A decisão prevê também o bloqueio de verbas de publicidade em caso de descumprimento da punição imposta ao Estado.
O magistrado determinou ainda a aplicação de multa pessoal ao governador Ricardo Coutinho, ao secretário de Saúde, Waldson Dias de Souza, e à diretora geral do hospital, Sílvia Ximenes Oliveira, por considerar que os gestores possuem “responsabilidade solidária” no pagamento da punição imposta ao Estado. A decisão foi proferida no último dia 18, em resposta a Ação Civil Pública proposta pelo MPF e pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-PB).
A ação foi movida após uma vistoria conjunta realizada pelo MPF e CRM-PB em agosto deste ano. A fiscalização identificou que faltam leitos de UTI e há superlotação no hospital, além do uso indevido da área vermelha para a acomodação de pacientes que deveriam estar na UTI e ausência de leitos de isolamento. “No relatório encaminhado ao Ministério Público Federal listamos 45 irregularidades e estas foram as mais graves”, informou Eurípedes Mendonça, do CRM-PB.
As multas serão aplicadas se o Estado não resolver os problemas identificados no hospital no prazo de 30 dias, a contar da data de notificação da decisão. Neste prazo, a Secretaria Estadual de Saúde terá de apresentar um relatório das medidas adotadas e um cronograma de ações para solução dos problemas que ainda não tiverem sido resolvidos.
O juiz determina ainda que a multa imputada especificamente ao ente público ser deduzida das verbas destinadas à publicidade.
O secretário estadual de Saúde, Waldson de Souza, e a diretora-geral do Hospital Regional de Patos, Sílvia Ximenes, não foram localizados para comentar o caso e não retornaram as ligações. Já o diretor técnico da unidade, Adilson Vieira, informou que há projetos para a ampliação do número de leitos de UTI e do bloco cirúrgico, mas que ainda não há prazo para o início das obras. Os projetos estão na Superintendência de Planejamento e aguardam licitação.
Para tentar contornar o problema dentro do prazo estipulado pela Justiça Federal, o hospital está firmando um convênio com a maternidade de Patos para ampliar a oferta de leitos de UTI.
“Com o convênio vamos conseguir aumentar de seis para 16 leitos de UTI, mas o que a gente precisa é melhorar a parte estrutural, que está defasada, e isso demanda tempo”, explicou Adilson Vieira. O diretor técnico não informou se o hospital vai recorrer da decisão.
Entre as medidas exigidas pela liminar estão ações simples como o fornecimento de roupa hospitalar aos pacientes e a colocação de biombos ou divisórias na área amarela.
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