POLÍTICA
MDB oficializa Meirelles como candidato e Temer chama adversários de 'pobres coitados'
Candidato a presidente fala em confiança e promete crescimento de 4% ao ano.
Publicado em 02/08/2018 às 16:40 | Atualizado em 02/08/2018 às 16:56
Sem candidato a vice definido, o MDB confirmou nesta quinta-feira (2), na convenção em Brasília, o nome do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles como candidato à Presidência da República. O resultado foi anunciado pelo presidente da legenda, Romero Jucá (RR), que ressaltou que dos 419 votantes, 85% disseram sim a Meirelles. Em 2014, segundo Jucá, 54% dos convencionais apoiaram a chapa Dilma/Temer na corrida presidencial. “A votação de hoje demonstra a unidade do partido”, ressaltou.
Diante de toda cúpula emedebista e apoiadores, o presidente da República, Michel Temer, pediu à militância empenho para levar o nome de Meirelles de maneira convincente pelo Brasil. “Tem que levar a ideia com a alma”, ressaltou acrescentando que o MDB tirou o Brasil de uma “crise extraordinária” e vai colocar o país nos trilhos.
Temer também criticou os adversários, chamando-os de "pobres coitados" que partem para o ataque.
"Nossos adversários são uns pobres coitados. Como não têm projeto, vão para a baixaria. Nós não somos pigmeus. O MDB é feito de gigantes", disse.
Governabilidade
Ao agradecer ao MDB, Meirelles defendeu um pacto de confiança pela governabilidade e disse que tem resultados a mostrar não apenas como ex-ministro da Fazenda, mas também no comando do Banco Central, onde passou oito anos. “Convido vocês a nos unirmos com firmeza e serenidade, vamos ganhar essas eleições, trabalhar e construir um Brasil do tamanho dos nossos sonhos”, disse.
Henrique Meirelles falou das diretrizes de seu programa de governo e destacou como prioridades investimentos em infraestrutura, para diminuir as distâncias no país, além de saúde e segurança pública. O presidenciável também prometeu reforçar o Bolsa Família. Para gerar empregos, Meirelles disse que pretende resgatar a política econômica, atrair investimentos e fazer as reformas que o país precisa. “Minha meta é fazer o país crescer 4 %, ao ano”.
Críticas de Renan
Na convenção, o senador Renan Calheiros (AL) criticou a candidatura do MDB ao Planalto, e disse que, particularmente, prefere o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Acho que o MDB tem que se reconstruir, voltar a cumprir um papel importante a partir do próximo ano, tem que defender um pacto econômico e social para o Brasil sair da crise, voltar a crescer economicamente, criar renda, criar emprego. O Meirelles é uma opção da continuidade da recessão", avaliou.
O senador alagoano chamou a candidatura de "tiro no pé", já que, segundo ele, o partido deveria se concentrar em aumentar a bancada no Congresso, em vez de "sobrecarregar as alianças estaduais". "É uma candidatura de mentirinha. É um mico que você não pode levar aos candidatos realmente competitivos do MDB", completou.
Perfil de Meirelles
Henrique Meirelles, 72 anos, é goiano de Anápolis. Em 2002, foi eleito deputado federal pelo PSDB, cargo do qual abdicou para comandar o Banco Central de 2003 a novembro de 2010, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No governo do presidente Michel Temer comandou o Ministério da Fazenda de maio de 2016 a abril de 2018.
Fez parte do movimento estudantil de Goiânia. Cursou Engenharia Civil na Escola Politécnica da USP, em São Paulo, e tem MBA em Administração pelo Instituto Coppead da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi presidente mundial do BankBoston, onde ingressou em 1974 e se tornou presidente da instituição no Brasil em 1984. Já fez parte do conselho da Harvard Kennedy School of Government e da Sloan School of Management do MIT (Massachusetts Institute of Technology).
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