POLÍTICA
MP estima em R$ 200 milhões desvios no esquema da 'Andaime'
Orgão apresentou denúncia contra 16 envolvidos nas fraudes, entre eles a prefeita de Monte Horebe, Cláudia Dias.
Publicado em 26/02/2016 às 11:53
Aproximadamente R$ 200 milhões. Esse é o tamanho do montante que o Ministério Público da Paraíba (MPPB) acredita ter sido desviado no esquema criminoso desarticulado na Operação Andaime. A informação foi divulgada em uma entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (26), onde o órgão também apresentou denúncia contra 16 pessoas envolvidas nos crimes, entre eles a prefeita de Monte Horebe, Cláudia Dias (PSB), que continua presa.
A investigação apura a prática de fraudes licitatórias e desvio de dinheiro público por integrantes de uma organização criminosa que utilizam empresas 'fantasmas' e parceiras para dar aparência de legalidade aos processos de contratação com os órgãos públicos (em certames de resultado predeterminado) e respectivos pagamentos em obras de engenharia e coleta de resíduos sólidos.
Os detalhes da investigação foram apresentados pelo procurador-geral de Justiça, Bertrand Asfora, e pelos promotores Rafael Linhares e Manoel Cacimiro, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Eles informaram que o MP solicitou à Justiça o sequestro de bens dos investigados para a reparação do dano causado pelos crimes. Só em Monte Horebe foram R$ 4 milhões em desvios.
Entre os 16 denunciados, além da prefeita também aparece o ex-prefeito de Monte Horebe, e ex-marido de Cláudia Dias, Erivan Guarita e o atual esposo dela, Fábio Barreto, que era secretário da administração municipal. Ainda foram denunciados os nomes apontados como operadores do esquema: Eloizio Dias Guarita, Mário Messias Filho, Francisco Antônio Fernandes de Sousa (Antonio Popo) e Francisco Moreira Gonçalves (Didi da Licitação). Durante a terceira fase da operação da Andaime, deflagrada na semana passada, seis pessoas foram presas.
Além das pessoas denunciadas, o MP responsabilizou quatro empresas pelas fraudes. No entanto, de acordo com o órgão 30 estão sendo investigadas.
“Essa fase da Andaime [ a terceira] vai seguir o processo criminal ,oitiva de testemunhas, análise das provas documental e julgamentos. As investigações vão continuar até esgotar os fatos” afirmou o promotor Manoel Cacimiro
Com a conclusão dessa etapa, no âmbito do Ministério Público, o órgão vai deflagrar a quarta fase da Operação Andaime que deve atingir pelo menos 80 cidades. Os promotores não confirmam se outros prefeitos podem ser alvos. “Isso a gente não pode afirmar, nem negar. Estamos desenvolvendo um trabalho de força-tarefa. A gente não investiga pessoas, investigamos fatos. Se chegarmos a algum prefeito, ele vai ser denunciado”, completou Cacimiro.
Comentários