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POLÍTICA

Observatório vai conduzir denúncias por motivos de raça, credo ou orientação sexual

Central foi lançada nesta segunda-feira para atender vítimas destes crimes.

Publicado em 05/11/2018 às 11:17


                                        
                                            Observatório vai conduzir denúncias por motivos de raça, credo ou orientação sexual
LGBT

				
					Observatório vai conduzir denúncias por motivos de raça, credo ou orientação sexual
Denúncias por motivos de raça, credo ou orientação sexual serão encaminhadas para órgãos competentes. Foto: Felipe Gesteira. LGBT

Denúncias de violências motivadas por preconceitos e atos de intolerância praticadas na Paraíba serão monitoradas através do Observatório Interinstitucional de Violências por Intolerância. A central virtual para recebimento das demandas da sociedade, já implantado em outros estados, foi lançada oficialmente nesta segunda-feira (5), no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PB), em João Pessoa.

As pessoas que desejarem reportar casos de violência na Paraíba deverão acessar o formulário no site da Defensoria Pública do Estado da Paraíba e responder sobre o tipo de violência, a razão e o contexto. O sistema também permite que as vítimas indiquem os agressores e informem sobre a existência de provas. Apenas deverão ser registrados casos ocorridos no estado da Paraíba. O sigilo das informações é garantido.

Conforme explicou a vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PB, Leilane Soares, a proposta visa acolher as denúncias, que serão encaminhadas aos órgãos competentes para as devidas providências. Os registros recebidos serão analisados e encaminhados para as instituições responsáveis pela apuração dos fatos e responsabilização dos agressores. Caberá à DPPB orientar as vítimas juridicamente e acompanhar casos graves relatados.

Observatório

O Observatório Interinstitucional de Violências por Intolerância, é fruto de uma parceria entre a Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPPB), a Defensoria Pública da União (DPU), o Ministério Público Federal (MPF), a Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Paraíba (OAB-PB), a Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana e a sociedade civil.

Representantes dessas instituições estiveram reunidos na última terça-feira (30), na sede da DPPB, para acertar os últimos detalhes do funcionamento do Observatório. Um  formulário para recebimento de denúncias está à disposição desde a última sexta-feira (2) no endereço eletrônico da Defensoria Pública do Estado da Paraíba.

A coordenadora da Diversidade Sexual e dos Direitos Homoafetivos da DPPB, Remédios Mendes, explica que a criação do Observatório atende a uma recomendação da Comissão Nacional dos Direitos Humanos, em função do aumento de casos de violências motivados por intolerância em todo o país, seja em razão da orientação sexual, identidade de gênero, cor, raça, etnia, orientação ideológica, política, entre outras.

“A DPPB foi demandada pela comunidade LGBT e nós até já entramos com uma ação coletiva. Motivada por essas demandas, a gente resolveu convidar as outras instituições que fazem parte do Sistema de Justiça, como a DPU, o MPF e a OAB, para que, juntas, a gente possa dizer à sociedade que as instituições estão atentas para garantir o direito das pessoas de lutar pelos seus direitos e, sobretudo, para que as pessoas que queiram transgredir, tomando conhecimento de que existe esse Observatório protegendo o direito do cidadão, sejam contidas”, disse Remédios Mendes.

Responsabilização

O defensor público da União, Edson Júlio de Andrade Filho, reforça a importância de deixar claro para a sociedade que as instituições públicas e a sociedade civil organizada estão atentas: “Estamos de olho, acompanhando esses excessos e apurando as responsabilidades. A ideia é dar atendimento, uma acolhida, e buscar a reparação em favor das pessoas que são vítimas dessas violências”, acrescentou.

O procurador regional dos Direitos do Cidadão, José Godoy Bezerra de Souza, ressaltou que o Observatório vai combater a violação dos direitos humanos por violências diversas, com alguns focos pontuais: “A violência policial, já que se falou durante o processo eleitoral que policiais teriam carta branca; a questão de violências contra grupos identitários, especialmente negros e população LGBT; a violência contra nordestino; uma preocupação especial com os professores, em função da liberdade de expressão e de cátedra; e agressão a pessoas por pertencerem ou simpatizarem com determinados partidos políticos”.

No caso dos professores, Godoy adiantou que o MPF fará uma recomendação às instituições de ensino para que adotem as medidas necessárias para evitar que professores sejam agredidos ou sofram constrangimento por exercerem liberdade de expressão e de cátedra.

Imagem

Angélica Nunes

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