Oposição não vota empréstimo e postura irrita bancada de situação

Phelipe Caldas

Como já vem se tornando praxe na Assembleia Legislativa da Paraíba, os deputados estaduais de situação e oposição mais uma vez entraram nesta quarta-feira (28) em rota de colisão. Os parlamentares aliados a Maranhão tentavam a todo custo aprovar um pedido de empréstimo de R$ 52 milhões com a Caixa Econômica Federal para investimentos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) em saneamento básico e abastecimento d'água. Mas sem quórum e sem acordos, a votação não foi possível.

A confusão começou porque só existem duas possibilidades regimentais para que um projeto seja votado pela AL. Ou o plenário deve ter a presença de um quórum mínimo de 19 deputados, ou um acordo de lideranças deve ser firmado aceitando a votação consensual da questão. E como apenas 13 deputados estava em plenário, o líder situacionista Gervásio Filho (PMDB) apelou para o tal acordo.

Ele dizia que a Casa tinha até o dia 18 de abril para votar a questão e por isto o legislativo paraibano já tinha inclusive perdido o prazo para isto. “A Caixa Econômica entrou em contato com a Casa e disse que tínhamos até hoje para votar o pedido, sob pena de perdermos o dinheiro”, lembrou.

“É um absurdo não votarmos isto hoje. Vamos deixar de lado estas picuinhas e votar este pedido de empréstimo. Pelo bem da Paraíba”, pediu. “Todos vocês da oposição conhecem eleitores que moram em regiões sem saneamento e sem abastecimento de água e que seriam beneficiados”, apelou.

Os pedidos de Gervásio por um acordo eram tantos que o presidente da sessão, o deputado João Henrique (DEM), suspendeu a sessão por cinco minutos para que o acordo fosse costurado. Mas o deputado estadual Antônio Mineral (PSDB) logo de início deu o tom da disposição da bancada de oposição em conversar. Ele não queria nem mesmo a suspensão da sessão. “A ordem do dia é improrrogável. Se não temos quórum, ela tem que ser imediatamente encerrada”, reclamou.

João Henrique não deu ouvidos ao colega e manteve a suspensão. Mas o acordo não veio. A oposição não quis conversa e disse que não votava hoje o empréstimo. O desfecho irritou situacionistas como o próprio Gervásio e o petista Jeová Campos (PT), que reclamaram da falta de comprometimento dos oposicionistas, mas estes não deram ouvidos e mantiveram suas posições de não votar nada.