Oposição quer amarrar pedido de empréstimo

A Comissão de Orçamento da Assembleia Legislativa só vai votar o pedido de empréstimo, no valor de até R$ 150 milhões – solicitado pelo governo do Estado para sanar as dívidas da Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa) – com as respostas do presidente da empresa, Deusdete Queiroga, aos questionamentos do deputado Anísio Maia (PT). Relator do projeto na Comissão de Orçamento, o deputado Vituriano de Abreu (PSC) disse que é preciso analisar a matéria com cautela, para evitar que a empresa continue servindo de 'patrocinadora' de campanhas eleitorais.

Vituriano disse que recebeu o projeto na segunda-feira e tem quatro dias para analisar a matéria. “Esse projeto deixa muita brecha. Já vimos que o governo, de 2007 para cá, a cada dois anos, realizou um empréstimo e precisamos saber o que tem programado. De repente, joga-se R$ 150 milhões na Cagepa, aí ela passa dois anos bem, porque não tem conta para pagar e, ao invés de usar esse dinheiro para pagar em dia as prestações, eles gastam com outras coisas. Esse ano, que é de política e a Cagepa gosta muito de patrocinar eleições, com certeza o risco está feito”, comentou.

O presidente da Comissão de Orçamento, deputado Gervásio Maia (PMDB), garantiu que a matéria só será aprovada quando forem prestados todos os esclarecimentos. “Precisamos comparar os percentuais aplicados nos antigos empréstimos e neste de agora. Também precisamos ter a certeza da aplicação exclusiva do dinheiro para quitar os empréstimos, já que em nenhum momento a mensagem do governo trata desse detalhe, e de uma garantia de que a Cagepa não vá partir para novos empréstimos”, disse.

Os questionamentos foram apresentados em plenário pelo deputado Anísio Maia e anexados ao projeto do governo do Estado.

As dúvidas foram entregues ao líder da bancada governista, deputado Hervázio Bezerra (PSDB), que foi encarregado de remetê-los ao presidente da Cagepa, Deusdete Queiroga.

Hervázio disse que o pedido de esclarecimento é justo e deve ser atendido pelo presidente da Cagepa. “Não posso procurar desqualificar o entendimento do colega. De repente surgem mais dúvidas e pedidos de informações e vou levá-los a Deusdete e trazer com a maior brevidade possível as respostas ao presidente da Comissão de Orçamento”, disse.

Hervázio lembrou que o pedido de empréstimo é especifico para saldar dívidas de empréstimos feitos ao longo dos anos em bancos privados. “Tenho esperanças que o pedido seja aprovado antes do recesso porque a empresa tem urgência”, disse.