Padre Egídio: Na CBN, Octávio Paulo Neto afirma que ‘processo penal não é vingança’

Em entrevista à Rádio CBN, ele disse que “o processo penal não visa uma vingança, mas tem que ser equilibrado e humanizado”.

O coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO), o promotor Octávio Paulo Neto, justificou nesta quinta-feira (18), o parecer do Ministério Público da Paraíba (MPPB) pela prisão domiciliar do Padre Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor do Hospital Padre Zé, denunciado por irregularidades na administração da unidade filantrópica. Em entrevista à Rádio CBN, ele disse que “o processo penal não visa uma vingança, mas tem que ser equilibrado e humanizado”.

De acordo com o promotor, o parecer leva em conta laudos médicos anexados pela defesa de Egídio, indicando que a saúde dele inspira cuidados médicos. O investigado está internado desde o último sábado (13) em um hospital particular da Capital João Pessoa e passou por uma cirurgia para tratar de uma apendicite após sentir fortes dores abdominais.

Isso não quer dizer que ele esteja livre, mas vai dá a ele condições humanizadas para restabelecer sua saúde, essa é a grande mecânica do direito. O processo penal não é vingança nem instrumento para infringir dor a ninguém, é um processo que visa reparação social, mas tem que ter equilíbrio, disse Octávio.

De acordo com o último boletim médico, Egídio “vem evoluindo bem, sem intercorrências e estável”. No pedido pelo relaxamento da prisão preventiva, a defesa cita outras doenças que Egídio enfrenta, o que tem fragilizado seu estado de saúde na prisão.

No parecer enviado à Justiça, o Gaeco defendeu a imposição cumulativa de medidas cautelares a exemplo de uso de tornozeleira eletrônica; proibição de se ausentar de sua residência sem autorização do juízo; proibição de manter contato com pessoas diversas de seus advogados constituídos e dos familiares que residem no mesmo imóvel; proibição de acesso ou frequência em estabelecimentos vinculados a asa e ao instituto São José.

A investigação

De acordo com a investigação conduzida pelo Gaeco do Ministério Público da Paraíba (MPPB), padre Egídio de Carvalho é suspeito de liderar uma organização criminosa que teria desviado recursos do Hospital Padre Zé, em João Pessoa. Os valores desviados da entidade filantrópica, segundo o Gaeco após a primeira fase da Operação Indignos, chegam a R$ 140 milhões.

O dinheiro teria sido usado para a compra de imóveis de luxo, veículos, presentes e bens para terceiros, além de reformas de imóveis e aquisições de itens considerados luxuosos, como obras de arte, eletrodomésticos e vinhos. Além do padre, as ex-diretoras do Hospital Padre Zé, Jannyne Dantas Miranda e Silva e Amanda Duarte da Silva Dantas (ex-tesoureira), são investigadas por suspeita de envolvimento em esquema de desvio de recursos e fraudes na gestão do hospital, em João Pessoa.