PLENO PODER
A crise do coronavírus, a pré-campanha e o desabafo de Manoel Ludgério
Publicado em 11/05/2020 às 13:41 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:17
A pandemia da Covid-19 tem feito milhares de vítimas. Muitas perderam a vida, outras o emprego. Centenas perderam a estabilidade de seus negócios numa crise sem precedentes. Na Paraíba, de acordo com o último balanço da Secretaria estadual da Saúde, são 135 mortes e 2.431 casos confirmados da doença. O cenário é devastador e propício, infelizmente, para o surgimento de práticas de autopromoção diante das dificuldades alheias.
Num ano eleitoral, pré-candidatos não têm poupado o 'repertório' ao se mostrarem 'donos' ou 'intermediários' de ações realizadas com dinheiro público. Os casos são muitos e estão distribuídos por muitas cidades do Estado. As redes sociais estão abarrotadas de figuras distribuindo máscaras, anunciando a liberação de recursos do Governo Federal e a aquisição de equipamentos para o combate à doença. As queixas, nos bastidores, de adversários e aliados, ocorrem em todos os lados.
Essa semana o deputado estadual Manoel Ludgério (PSD) fez um desabafo. "Não use as redes sociais, não use o drama da população que está perdendo familiares. Não misture isso com política partidária. Não pegue carona nas ações do poder público, porque elas são custeadas com o dinheiro do povo", alertou Ludgério. "Tenho assistido pessoas pegando carona na distribuição de máscaras. É a cesta básica, é o auxílio emergencial... Eu vejo pessoas se utilizando desses instrumentos com algo que jamais poderia ser feito", completou.
É imperioso reconhecer que, em alguns casos, a publicização das ações se faz necessária. É dever dos gestores públicos (prefeitos, governadores, secretários de 'pastas' específicas) agir com transparência. O mesmo ocorre com membros dos Legislativos municipais. Todos, sem exceções, precisam prestar contas de suas ações junto à sociedade.
Mas é temerário exagerar na dose. Vincular ações custeadas com dinheiro público à própria imagem em tempos de pandemia, para obter dividendos políticos, é quase desumano. O 'desabafo' de Ludgério tem sentido. O Ministério Público Eleitoral, inclusive, está de olho nisso.
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