Ao deixar comando do PSDB, Pedro 'perde fôlego' para 2026

O ex-deputado federal Pedro Cunha Lima passa hoje, em João Pessoa, o comando do PSDB paraibano para o deputado Fábio Ramalho, eleito ano passado pela primeira vez para a Assembleia Legislativa do Estado. Na avaliação otimista de aliados, Pedro ficaria "mais solto" para continuar sua atuação política.

Mas, na verdade, deve "perder fôlego" no cenário estadual.

Sem mandato e sem a Presidência do PSDB, Cunha Lima diminui as chances de visibilidade de seu nome no debate. É inquestionável isso. Além disso, poderá ficar longe do contato com a classe política - movida também pela representatividade dos cargos e espaços ocupados.

Aliás, o perfil de presidir um partido nunca foi o de Pedro.

Diferente de Fábio Ramalho, que vive o 'rame-rame' diário da política, Pedro sempre se manteve distante desse universo. Sempre preferiu se dedicar a pautas como o combate aos privilégios e à Educação.

Se tiver disposição para liderar as oposições rumo a 2026, o tucano terá que se reinventar. E o sinal deixado na iniciativa de deixar o comando do PSDB não é esse. É, pelo contrário, o de abrir espaço para outros atores do agrupamento.

Contexto da modificação 

A mudança no comando do PSDB paraibano não ocorre por acaso. Acontece após as críticas feitas por Pedro ao deputado Tovar Correia Lima (PSDB) por uma fotografia dele ao lado de João Azevêdo (PSB). O próprio Pedro reconheceu que exagerou, mas o ruído interno deixou rastros difíceis de reparar.

Claro que a modificação não foi motivada somente por esse fato. Mas pelo "filme" construído antes e posteriormente, pra usar uma expressão do próprio Pedro.

O nome de Fábio, que hoje transita bem junto a todas as lideranças do grupo, pode ser entendido como alguém capaz de conduzir o partido com menos riscos de aprofundamento das fissuras já existentes.