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PLENO PODER

Polêmica dos empréstimos mostra a Bruno Cunha Lima necessidade de reforçar base na CMCG

Prefeito precisou dos votos de oposicionistas para aprovar financiamentos

Publicado em 05/04/2023 às 11:43


                                        
                                            Polêmica dos empréstimos mostra a Bruno Cunha Lima necessidade de reforçar base na CMCG
Prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima. Foto: Angélica Nunes

No início do mandato, o prefeito Bruno Cunha Lima contava com a grande maioria dos vereadores na Câmara Municipal de Campina Grande. Dos 23, chegou a ter 18 apoiadores. Com o passar do tempo e adotando uma estratégia de 'renovar' alianças, inclusive deixando de lado aliados históricos do ex-prefeito Romero Rodrigues, a gestão foi perdendo força parlamentar, apesar de ter maioria.

Nas eleições de 2022 outros vereadores deixaram a base. Com o rompimento do então vice-prefeito Lucas Ribeiro (Progressistas), Eva Gouveia, por exemplo, se uniu à senadora Daniella Ribeiro no PSD e hoje faz oposição a Bruno Cunha Lima. O vereador Pimentel Filho, que ficou na suplência pela situação, mas assumiu o mandato, agora também é opositor voraz.

Essas e outras mudanças resultaram na dificuldade vista nos últimos dias com a pauta dos dois empréstimos que ultrapassam R$ 300 milhões. Para aprovação eram necessários dois terços da Câmara. Ou seja, 16 votos. Atualmente, Bruno tem na sua base 14 vereadores, sendo 13 votos, já que o presidente Marinaldo Cardoso só vota em caso de empate.

O vereador de oposição, Severino da Prestação (PTB), anunciou voto a favor antes mesmo dos empréstimos entrarem em pauta. A partir daí veio o martírio da gestão. Primeiro, se tentou a mudança na Lei Orgânica do Município, para que fossem necessários três quintos dos votantes e também a permissão para que o presidente da Casa pudesse votar. Os projetos foram levados ao plenário numa sessão extraordinária na última sexta-feira, que foi suspensa pela Justiça por não cumprir o prazo regimental de convocação.

O Governo Bruno precisou então de articulação. Saiu em busca dos dois últimos votos. O 15º voto veio da vereadora Dona Fátima (Pode), convencida pela gestão. E o último voto necessário foi do vereador Renan Maracajá (Republicanos), forte aliado na gestão anterior e agora na oposição. Oposicionistas acreditam que o presidente estadual do Republicanos, o deputado federal Hugo Motta, intercedeu pelo voto a favor de Maracajá.

Enfim, um trabalho árduo para vencer no voto e na discussão. A forma como os empréstimos foram enviados para Câmara sem detalhamento das obras e condições de pagamento deu margem para que oposição saísse à frente do debate e levasse a opinião pública.

A gestão precisou ir à mídia e redes sociais explicar para onde iriam os R$ 300 milhões. Obras de fato estruturantes e esperadas pela população. Não há problema em solicitar esses empréstimos. É de praxe que o Governo do Estado e a prefeitura de João Pessoa, por exemplo, utilizem deles para ações.

O que não pode acontecer é uma prefeitura do tamanho de Campina Grande sofrer para fazer gestão. Principalmente por não fazer política.

Imagem ilustrativa da imagem Polêmica dos empréstimos mostra a Bruno Cunha Lima necessidade de reforçar base na CMCG

João Paulo Medeiros

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