PLENO PODER
Justiça Federal na Paraíba faz 'teste' de audiência de conciliação no metaverso
Durante audiência partes são representadas por avatares
Publicado em 21/07/2022 às 17:31
O projeto “Conciliar no Metaverso é melhor”, da Justiça Federal na Paraíba, vai promover - de forma pioneira - audiências de conciliação no universo da realidade virtual, popularmente conhecido como “metaverso”. A primeira sessão simulada dessa natureza aconteceu nesta semana, com a participação de advogados e representantes do Centro Judiciário de Solução Consensual de Conflitos e Cidadania (Cejusc/JFPB).
Conforme a responsável pela iniciativa, a supervisora do Escritório de Inovação da JFPB, Samara Vieira Rocha de Queiroz, a expectativa é que uma audiência real seja realizada já no próximo mês de agosto.
“Na conciliação simulada, foi possível representar todas as fases processuais: a apresentação do conciliador, propostas e contrapropostas, realização do acordo, exposição da ata da audiência de forma legível para as partes e até mesmo um aperto de mãos amigável ao final”, detalhou.
Ainda segundo ela, nessa primeira “sessão teste”, as partes foram representadas por avatares, que foram previamente customizados para que ficassem semelhantes às pessoas em sua aparência real.
“A utilização dos avatares ‘suaviza’ os ‘ânimos', por vezes acirrados, dos integrantes da audiência - o que pode ser um fator positivo para garantir a efetividade da conciliação e a obtenção da paz social”, opinou Samara.
Legislação
A realização de conciliações, por meio de imersão digital, tem amparo legal. A Lei nº 13.105/2015 (Código de Processo Civil) autoriza a prática de atos processuais por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real (art. 236, §3º).
É nessa hipótese em que se enquadra o metaverso - inclusive podendo ser utilizado para depoimento pessoal de partes (art. 386), oitiva de testemunhas (art. 453, §1º) e acareação (art. 461, §2º), arguição de peritos (art. 464, §4º), dentre outras possibilidades.
Texto: Ascom Justiça Federal ****
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