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PLENO PODER

Se tivessem o mínimo de coerência, Progressistas teriam entregado cargos na PMCG há tempos

Partido firmou aliança com João Azevêdo, mas continua ocupando secretarias da gestão Bruno

Publicado em 25/07/2022 às 18:38


                                        
                                            Se tivessem o mínimo de coerência, Progressistas teriam entregado cargos na PMCG há tempos

Já não falta mais nada para que o nome do vice-prefeito de Campina Grande, Lucas Ribeiro (Progressistas), seja oficializado como candidato a vice na chapa do governador João Azevêdo (PSB). Há tempos, aliás, o grupo Ribeiro trabalha para ser incorporado na base governista. Desde o fim do ano passado o partido tentava emplacar o deputado Aguinaldo Ribeiro como candidato ao Senado.

No meio do caminho, sem ter a simpatia dos governistas, ele acabou desistindo.

E cabe um registro: não há problema algum em optar por outro caminho. A política é feita de alianças e rompimentos.

Pois bem. A ida de Lucas para a chapa do Governo implica, necessariamente, numa ruptura com a gestão municipal em Campina Grande. Na cidade o prefeito Bruno Cunha Lima (PSD) e seu agrupamento apoiam o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB) na disputa estadual.

Imaginar que seria possível uma convivência - para não dizer conveniência - diferente disso é relativizar, ao extremo, o ensinamento bíblico que diz não ser possível servir a dois senhores.

O fato novo é que o Progressistas tem procurado o prefeito - depois de consolidar a aliança com Azevêdo - para discutir o tema.

A alegação é de que é preciso minimizar os traumas de um eventual 'fim de relacionamento'. Mas a verdade é que se o grupo tivesse a mínima coerência não ocuparia mais as secretarias na PMCG há tempos.

Poderiam ter aproveitado, por exemplo, a 'rasteira' que destituiu do comando do PSD o ex-prefeito Romero Rodrigues - sem qualquer tipo de diálogo com Bruno; ou, quem sabe, o anúncio público feito por Aguinaldo ao sacramentar a aliança com o Governo.

Naquela época a saída teria sido muito mais honrosa e compreensível para o partido.

Defender a manutenção das relações, aparentar preocupação com os 'traumas' e com o diálogo, agora, é brincar com a inteligência alheia.

A coerência, inclusive na construção da narrativa, tem passado longe do Progressistas quando o assunto é a PMCG e a busca por servir a dois senhores...

A política comporta muita coisa, é verdade. Mas o paradigma bíblico, em algumas situações, é implacável. No caso em tela, é irretratável.

Imagem ilustrativa da imagem Se tivessem o mínimo de coerência, Progressistas teriam entregado cargos na PMCG há tempos

João Paulo Medeiros

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