PLENO PODER
Veneziano opta por posição com 'menos danos' e fortalece candidatura de Pedro Cunha Lima
Senador formalizou apoio a Pedro na sede do MDB
Publicado em 07/10/2022 às 11:04
Conforme antecipado pelo Blog desde ontem, o senador Veneziano Vital (MDB) anunciou hoje o apoio à candidatura de Pedro Cunha Lima (PSDB) no segundo turno. A decisão parece ter sido uma espécie de 'política de redução de danos', diante do resultado das urnas do último domingo e das alternativas que o emedebista teria nessa segunda etapa do pleito.
Isso porque, pelo menos, manteve-se o mínimo de coerência com o discurso construído por ele no primeiro turno, quando fez críticas duras à gestão do governador João Azevêdo (PSB).
Voltar à base, mesmo com a tese de reunificação em torno de Lula, seria passar a borracha em tudo o que foi dito ao longo dos últimos meses no Estado.
O senador continua apoiando Lula, mas vai divergir do entendimento do presidente na disputa estadual.
Mas a necessidade de manter um discurso oposicionista não foi, certamente, o único favor de relevância considerado por ele.
De um lado, Veneziano fortaleceria o grupo Ribeiro se tivesse apoiado João Azevêdo. Com Pedro, amplia a hegemonia Cunha Lima em seu principal reduto eleitoral, Campina Grande. As duas opções, para ele, não eram boas.
Olhando para 2026, quando poderá disputar a reeleição para o Senado, ele escolheu um grupo onde há, ainda, mais possibilidades de espaços a serem ocupados.
Pedro sai fortalecido
O anúncio de Veneziano fortalece a candidatura de Pedro. É inegável. Política é soma. E o emedebista, juntamente com prefeitos aliados, têm um peso nesse xadrez estadual.
Além disso, Pedro abre a janela para uma fatia do eleitorado de centro-esquerda, que votará no ex-presidente Lula. Ao mesmo tempo em que mantém a neutralidade quanto à disputa nacional, evitando a contaminação da eleição estadual com a polarização.
Aos eleitores mais alinhados à direita, não restarão alternativas. Neutro ou não, Pedro é mais próximo do bolsonarismo que João Azevêdo. Aliados dele, inclusive, como Efraim Filho (União), Romero Rodrigues (PSC) e Bruno Cunha Lima (PSD), estão firmes na campanha presidencial, mesmo sem a declaração pública de Pedro.
O tucano está decidido a seguir a mesma linha. Vai buscar a priorização do debate do Estado, independente de quem seja eleito presidente.
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