POLÍTICA
Prefeito é acusado de pagar gasolina pessoal com dinheiro público
Segundo vereadores, prefeitura manipulou notas de abastecimento.
Publicado em 29/08/2017 às 8:23
Vereadores da cidade de Piancó, no Sertão paraibano, estão acusando a prefeitura de manipular pagamento de combustíveis para ambulâncias. A desconfiança aconteceu após os parlamentares analisarem os balancetes com a prestação de contas, onde consta o empenho e pagamento de uma nota no valor de R$ 13.804,00 a um posto de combustíveis da cidade de Campina Grande que fica distante 260 km do município.
Segundo a nota e os cupons apresentados, o pagamento se refere a 43 vezes em que ambulâncias teriam sido abastecidas, para transferências de pacientes entre Piancó e Campina Grande apenas no mês de dezembro do ano de 2016. No entanto, as viaturas mencionadas pertencem ao Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que no final do ano passado estava interditado pelo Conselho Regional de Enfermagem (CRM).
O atual prefeito Daniel Galdino (PSDB) é acusado de manipular as notas para suprir abastecimentos que podem ser dos veículos particulares dele e dos secretários municipais. “O prefeito mora em Campina e existem na prefeitura de Piancó seis secretários que são de Campina, que não tem residência fixa aqui, então foi por isso que nós desconfiamos”, afirmou o vereador Pedro Aureliano da Silva (Avante).
Os vereadores também ressaltam que não existe transferência de paciente todo dia, que justifique esse valor, pois uma ambulância teria que percorrer pelo menos 1400 km diários para que fosse explicado o gasto. Já o ex-prefeito de Piancó, Francisco Sales de Lima, que administrava o município no período mencionado negou que tenha feito licitação para compra de combustíveis em outra cidade. “No meu governo não houve nenhum abastecimento em Campina Grande, só abastecia em Piancó”, disse.
Os parlamentares decidiram acionar o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado para investigar as notas apresentadas pela prefeitura.
Resposta da Prefeitura
Em nota, a prefeitura de Piancó informou que o valor discriminado na nota fiscal objeto da denúncia diz respeito, exclusivamente, à aquisição de combustível para o deslocamento das ambulâncias realizado neste ano de 2017, de modo que eventual inconsistência formal inserida na nota fiscal está sendo apurada pelos órgãos de controle interno do município e que o pagamento de todas as despesas públicas realizadas no município obedece rigorosamente aos critérios de lisura, legalidade e transparência.
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