Presidente da AL veta debate sobre a Cagepa

A 'queda de braço' entre o Poder Legislativo e o Governo do Estado em torno do pedido da liberação do aval para empréstimo da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) na Caixa Econômica Federal de até R$ 150 milhões continua tencionando os ânimos entre os deputados. Líder da bancada governista, o deputado Hervázio Bezerra (PSDB) tentou forçar a votação da matéria, mesmo com a falta de explicação a algumas dúvidas da oposição. Resultado: teve o pedido negado pelo presidente da Casa, deputado Ricardo Marcelo (PEN).

O deputado Hervázio Bezerra colheu durante o pequeno expediente assinaturas suficientes para protocolar o recurso para que a matéria fosse a debate em plenário ontem. Como não obteve sucesso antes do início da sessão ordinária, às 10h30, o líder intercedeu junto ao presidente Ricardo Marcelo os pedidos orais para que fosse realizada uma sessão extraordinária, ou o restante da manhã fosse aproveitado para se realizar uma audiência pública, já que o presidente da Cagepa, Deusdete Queiroga, foi à Assembleia.

Ricardo Marcelo negou as solicitações. “Não teremos ordem do dia, nem será possível a realização da sessão extraordinária porque já tivemos uma. A sessão especial sobre o assunto já foi realizada e estão negados todos os pedidos”, declarou.

O deputado Arnaldo Monteiro (PSC) explicou que para a realização de uma nova audiência pública, o presidente da Cagepa teria que ser convocado pela Mesa.

Hervázio considerou os argumentos da Mesa absurdos e pretende agir para que a matéria entre em votação na próxima quarta-feira.

O deputado Gervásio Maia (PMDB), presidente da Comissão de Orçamento, onde o pedido foi rejeitado por 'inadequação orçamentária', fez uma explanação sobre os empréstimos contraídos pela Cagepa em 2012 e revelou informações de gastos excessivos com folha de pessoal na empresa. Na lista, consta remuneração de R$ 14 mil para motorista, além de salários de outros três servidores na ordem de R$ 30 mil, cada.

O presidente da Cagepa, Deusdete Queiroga, justificou que a folha salarial dos servidores já foi debatida em audiência pública e que não há nada de irregular.